Uma ex-moradora de Santos, no litoral de São Paulo, afirma que a sensação das pessoas em Nova York, nos Estados Unidos, é de “insegurança” e “estranheza”, após o ataque em uma estação de metrô no Brooklyn, na terça-feira (12). “É inevitável entrar em um vagão e imaginar o que aconteceu”, desabafa a profissional de relações públicas Amanda Denti, que vive na região da cidade há seis anos.
O suspeito de detonar duas bombas de fumaça e atirar contra pessoas na estação Rua 36, no bairro de Sunset Park, foi detido pela polícia local nesta quarta-feira (13). Os disparos atingiram dez pessoas, e cinco estão em estado grave.
“Você anda na rua com uma sensação estranha. Vi carros de polícia bloqueando ruas, coisa que não é comum no meu bairro”, explica Amanda, que vive com sua família em Prospect Heights, a aproximadamente 15 minutos (de metrô) da estação atingida. Antes de se mudar para os Estados Unidos, ela morou por mais de dez anos na Baixada Santista.
Amanda Denti mora há seis anos em Nova York — Foto: Arquivo Pessoal/Reprodução/NY Post
Amanda acrescenta que, nesta quarta-feira, utilizou a linha do transporte público que serve a estação onde ocorreu o ataque. Ela também viveu um momento de tensão enquanto fazia compras em um supermercado.
“Existe uma espécie de ‘alerta’ que é acionado nos nossos celulares em ocasiões especiais. Quando isso acontece, seu aparelho ‘bomba’ com um barulho que não pode ser selecionado. Hoje, recebemos uns três avisos do tipo, quando definiram o perfil do suspeito”, comenta.
Ela também relata que, automaticamente, as pessoas dentro do estabelecimento olharam para os lados em busca de suspeitos com características semelhantes.
Brasileira relata ‘sensação de insegurança’ em Nova York após ataque em metrô — Foto: Reprodução
A brasileira aponta que, embora o caso tenha impactado os moradores de Nova York, que ainda “vivem” a tragédia ocorrida em 11 de setembro de 2001, o povo nova-iorquino também está acostumado a “seguir em frente”.
“As pessoas estão ‘acostumadas’ com muita gente louca. Você anda na rua e vê vários ‘piradões’ gritando na rua. A cidade é um retrato desse país, que, inclusive, é parecido com o Brasil em termos de desigualdade. Muitas vezes, você entra no metrô e escuta alguém gritando, mas ignora”, relata.
Amanda ainda retrata o caso como algo que “entra para a história de todos, mas que não necessariamente vira um trauma que faça com que as pessoas evitem o metrô”.
Ela ressalta a importância desse meio de transporte para a cidade, e acrescenta que, inclusive, abre mão da posse de um carro por conta da sua eficiência.
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FONTE: Lapada Lapada