As exportações do Paraná cresceram 20,5% em março, em relação ao mês de fevereiro, segundo a Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep).
Conforme a federação, o aumento ocorreu mesmo com a taxa média de câmbio em alta, fator que tende a desestimular as exportações porque o produto vendido fora fica mais caro. A apreciação do real frente ao dólar de um mês para outro foi de 3,9%.
Em relação a março de 2021, também houve aumento de 2,6% nas vendas de produtos paranaenses no exterior, assim como no acumulado deste primeiro trimestre de 2022, que segue 26% maior do que o resultado do mesmo período do ano passado.
A taxa média de câmbio no primeiro trimestre deste ano ficou 4,2% abaixo da registrada em igual período de 2021.
Segundo a federação, este cenário de valorização do real junto à moeda americana, que poderia ser um entrave ao comércio internacional, não se confirmou.
De acordo com a Fiep, em março, foi negociado US$ 1,7 bilhão em mercadorias no exterior, chegando o total do ano, até o terceiro mês, a US$ 4,5 bilhões em valores exportados.
Para o economista da Fiep, Evânio Felippe, uma das explicações é a valorização do preço das comodities no mercado internacional, um dos principais produtos exportados pelo estado.
Outra explicação, segundo o economista, é que o conflito entre Ucrânia e Rússia gerou um descompasso entre demanda e oferta. Nesse caso, o Brasil como importante player de comodities pode se beneficiar da situação.
Uma prova é a alta da soja exportada pelo Paraná, que representa 26% da pauta total de itens vendidos pelo estado no exterior.
Conforme a federação, só no primeiro trimestre de 2022 foi negociado US$ 1,2 bilhão. Um crescimento de 17% em relação ao registrado no mesmo período de 2021.
Carnes, segundo item mais vendido pelo estado, representando 18,6% da pauta de exportações do Paraná, teve alta de 30% nos primeiros três meses deste ano, na comparação com igual intervalo do ano passado. Já foram vendidos este ano US$ 836,8 milhões para fora do país.
Em terceiro lugar vem a madeira, que representa 10,5% da pauta e cresceu 40% este ano, com US$ 471,5 milhões negociados.
Por último, com 8,1% de representatividade na pauta e 12% de elevação nas exportações, está material de transporte, com US$ 363,7 milhões em vendas.
As importações somaram US$ 1,8 bilhão em março, com crescimento de 21% frente a fevereiro, e de 30% frente a março de 2021.
No acumulado do ano, o Paraná negociou US$ 4,7 bilhões em produtos originários de outros países. Um crescimento de 24,5% em relação ao consolidado no primeiro trimestre do ano passado.
Os principais itens comprados pelo estado foram produtos químicos (adubos, pesticidas e fertilizantes), que estão diretamente ligados à natureza da atividade econômica do Paraná, o agronegócio.
Eles representam 26% da pauta de importações do estado e tiveram alta de 17% este ano na comparação com o adquirido nos três primeiros meses de 2021, somando US$ 1,2 bilhão.
Na sequência, vem material elétrico e eletrônico (14% da pauta, US$ 672 milhões negociados e 65% de alta este ano); produtos mecânicos (9,6% da pauta, US$ 449 milhões negociados e 3,6% de alta); petróleo (8,6% da pauta, US$ 406 milhões negociados e alta de 16% este ano); e material de transporte (8,2% da pauta, US$ 387 milhões negociados, mas queda de 23% este ano).
Segundo a Fiep, a partir destes resultados, pelo terceiro mês seguido, o saldo da balança comercial do Paraná ficou negativo, em US$ 69 milhões em março.
Em fevereiro, foi de US$ 52 milhões e, em janeiro, fechou em US$ 80 milhões. No trimestre, a balança registra déficit de US$ 201 milhões, valor 3,8% melhor do que o registrado no mesmo intervalo de 2021, que foi de US$ 209 milhões.
Já a corrente de comércio, que mede o fluxo da atividade de comércio exterior (exportações + importações) aponta para uma intensa movimentação na economia paranaense.
O total registrado em março aponta US$ 3,5 bilhões em negociações, um crescimento de 21% contra fevereiro e de 13% contra março de 2021.
Segundo o economista, os números mostram que houve evolução na atividade de comércio exterior no Paraná e que o mercado externo tem sido uma boa oportunidade de negócio para a indústria do estado.
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FONTE: Lapada Lapada