Os 4.915 casos confirmados de dengue em Paulínia (SP) nos cinco primeiros meses de 2020 ligam o alerta da saúde, isso porque a cidade, dez vezes menor que Campinas (SP), tem o mesmo que 58,3% do número de infectados na metrópole no mesmo período (8.425). Os dados são do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) de São Paulo.
Na avaliação do médico infectologista Tufi Chalita, esse número elevado de casos de dengue na cidade com 108 mil habitantes aumenta a taxa de “morbidade”, que é de 4,5%, contra 0,7% de Campinas, e que o problema disso é o risco do desenvolvimento de formas mais graves da doença.
“Quanto mais casos eu tenho, aumenta a chance de dengue hemorrágica”, alerta Chalita.
Para o especialista, é preciso uma junção entre poder público e população para combater o problema.
Combater a proliferação do mosquito Aedes aegypti é fundamental. — Foto: Getty Images
Ao percorrer diversas regiões da cidade, a reportagem da EPTV, afiliata TV Globo, flagrou diversas situações de descarte irregular de lixo, que servem para acumular água, criando criadouros para o mosquito transmissor da dengue.
Em Betel, por exemplo, o lixo é jogado em uma área de preservação permanente na Avenida Irene Karch, bem em frente da placa que alerta que jogar lixo ali é crime ambiental.
No bairro Balneário Tropical, na região do Parque da Represa, a reportagem encontrou um caminhão da prefeitura recolhendo entulho das caçambas mas, mesmo com três delas à disposição, tinha quem jogasse lixo no chão.
Houve até o flagrante de um aposentado descartando lixo ao lado de caçambas. “Todo mundo tem que jogar aqui, fazer o quê? As caçambas (estão) tudo estouradas”, disse João do Couto.
Procurada para comentar os dados, a Prefeitura de Paulinia garante que tem realizado diversas açpões para prevenir e controlar a doença no município, entre elas vistorias de imóveis, nebulização (fumacê), atendimentos a denúncias de locais com água parada e ações educativas.
A administração ressalta ainda que faz a limpeza constante do município, mas destaca a importância da colaboração da população, que deve descartar lixo e entulho nos locais adequados.
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FONTE: Lapada Lapada
