Ciclistas relatam histrias de superao em VG

 

Uma oportunidade para praticar esporte, fazer amizades, se divertir com a família, promover o uso de transporte menos poluente, conhecer os pontos turísticos da cidade e ainda aprender mais sobre a legislação de trânsito. Este é o Pedal da Guarda, projeto desenvolvido desde 2018 pela Guarda Municipal de Várzea Grande (GMVG). 

Desde o ponto de concentração, na Praça Sarita Baracat, e durante o trajeto, é possível encontrar diversas histórias de superação que envolvem o passeio ciclístico. Kelly Oliveira da Silva Leitão, vendedora autônoma, é um exemplo. Ela conta que quando começou a participar do Pedal, sofria com depressão. 

“Eu estava muito depressiva, muito triste porque estava acontecendo mil problemas na minha vida, na minha família. Eu não tinha vontade de mais nada, estava muito obesa, pesava 73 quilos. Emagreci 10 quilos. Agradeço ao Pedal da Guarda, a todo mundo que me apoiou. Melhorou 100% minha vida e hoje a gente não vive sem pedalar”, relata. Para ela, mais do que amizade, ela encontrou uma família no Pedal da Guarda. “As pessoas se apoiam, dão força. É muito bom! Qualidade de vida, uma biketerapia”. 

O vendedor do ramo de madeiras, Cláudio Rabelo de Almeida, conta que o Pedal da Guarda serviu como oportunidade para ter mais tempo de qualidade com os filhos – Diana, 12; Ilana, 10 e Isaque, 6. “O que nos atrai é chamar a família, para não ficar só em casa. A gente tem que tirar a criança da televisão e de trás do celular porque, muitas vezes, não sabemos o que ele está vendo. Estamos vindo desde novembro. Minha filha começou a incentivar a gente e todo mundo gostou, até a Ilana, que é mais caseira, começou a vir”, relata. 

O lado família do Pedal da Guarda também é observado pelo empresário Elton Jonas, que participa desde o início do projeto e, com frequência, leva a esposa, o enteado e amigos junto. “O Pedal da Guarda me atrai muito porque é muito família, um ajuda o outro, a gente acaba se tornando uma família, tratamos como amigos próximos. É um incentivo, uma possibilidade de tirar uma criança da rua, tirar pessoas do vício. O Pedal é saúde, é família, é uma coisa muito boa!”. 

Para o pastor José Azambuja, 61 anos, a prática do ciclismo mudou sua saúde para melhor. E para isso, ele teve que se superar. “Eu estou pedalando há um ano. Comecei por causa da glicose alta. Todo medicamento que me prescreviam, me fazia mal. Aí a médica disse para fazer exercício, então eu comecei a caminhar, mas não dei conta porque tenho problema no joelho e no tornozelo. Aí eu fui pra bicicleta. Eu não dava conta, pedalava com dor, demorei uns 6 meses sofrendo dor, mas hoje estou outra pessoa. Emagreci 7 quilos, a glicose está controlada. Valeu a pena e aconselho toda pessoa, de mamando a caducando”, afirma. 

Além da superação da dor, José Azambuja enfrenta a distância. Ele sai de carro do bairro CPA 2, em Cuiabá, e vem para Várzea Grande toda quinta-feira participar do Pedal da Guarda. Recentemente, ele começou a trazer o vizinho para também participar.

Quem também vem de longe, mas pedalando, é a técnica em enfermagem Lorena Azevedo, moradora do bairro Parque Cuiabá, na capital. Ciclista há 2 anos, ela esteve pela primeira vez no Pedal da Guarda nesta quinta-feira (23), juntamente com um grupo de amigos. 

“Vim do Parque Cuiabá até aqui, são 17 quilômetros pedalando. Hoje é minha primeira vez, mas tem 2 anos que sou ciclista. Fiquei sabendo por amigos que o Pedal da Guarda tem um percurso bacana, tem uma equipe boa, a Guarda vai acompanhando o trajeto de ida e volta. E eu faço parte de todos os grupos de ciclismo, estou sempre animada!”, conta. 

Outro ciclista que atravessa a ponte com a irmã e amigos para pedalar pelas ruas de Várzea Grande é o auxiliar administrativo Matheus Augusto Souza Félix, que já participa do Pedal da Guarda há 1 ano e meio e hoje já faz parte da organização, auxiliando os mais novos no trajeto. “Moro no Tijucal. Daqui lá, ida e volta, dá em média 40km. Além da gente gostar de pedalar, a gente tem uma amizade muito grande, a gente gosta de estar aqui reunido, ajudando até mesmo o pessoal a não ficar fora da pista”, diz. Para o jovem, o clima familiar de união é para ele o maior diferencial. “O Pedal da Guarda é bem unido, é o pedal da família, vai todo mundo num ritmo legal, todo mundo esperando. É difícil de ver isso por aí”, avalia. 

Para Juliano Lemos, supervisor da Guarda Municipal e coordenador do projeto Pedal da Guarda, é gratificante ver o quanto o projeto consegue impactar nas vidas de tantas pessoas. “A cada pedal, nós temos um aprendizado, histórias que a gente vai conhecendo. É um trabalho de aproximação que a Guarda faz com a população, que eu acho que é extremamente importante para conhecer os problemas na sociedade, na mobilidade urbana, na saúde das pessoas. E eles vem trazendo pra nós porque tem essa confiança de que aqui eles não têm apenas um fiscalizador, eles têm um amigo. A gente tenta transformar isso aqui num ambiente de família”, comenta. 

O coordenador ressalta ainda que a cada edição do Pedal da Guarda, parcerias são feitas para proporcionar novidades aos ciclistas. “Toda semana trazemos algo diferente para agradar o público. Temos parceiros que se sensibilizam com a imagem que a Guarda traz de serviço social, de mobilidade urbana e cultura. É menos carro na rua, é um transporte econômico, ecológico. As pessoas começam a conhecer a sua cidade andando pela cidade inteira e observando os detalhes, as particularidades. É gratificante!”. 

PEDAL DA GUARDA – O projeto proporciona aos cidadãos uma viagem de bicicleta por diversos bairros de Várzea Grande, uma vez por semana (quintas-feiras, às 19h30). Com início em fevereiro de 2018, hoje conta com mais de 500 participantes, que saem com suas bicicletas, mochilas, suprimentos e água, contando com o apoio da Guarda Municipal e parceiros, que, por sua vez, traçam o percurso e garantem a segurança do trânsito no trajeto. 

O objetivo do Pedal da Guarda é promover a aproximação da população com a Guarda Municipal de Várzea Grande. Qualquer pessoa pode participar, bastando chegar com sua bicicleta. No caso de quem não possui o meio de transporte pode alugar com os empreendedores que atendem no ponto de concentração. Não é cobrada inscrição para participar.

FONTE: Folha Max

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