quinta-feira, novembro 27, 2025

Advogado que tentou entrar em presídio no AC com drogas e cartas é condenado a mais de 7 anos de prisão | Acre

Advogado que tentou entrar em presídio no AC com drogas

Além da droga e cartas, os policiais acharam a quantia de R$ 3 mil no carro do advogado. Na época, ele alegou que o dinheiro seria para consertar o veículo.

A polícia descobriu o crime do advogado após denúncias anônimas. Na última sexta-feira (1º), a 4ª Vara Criminal da Comarca de Rio Branco condenou o acusado e inocentou o detento que ele iria visitar no dia do flagrante.

Em depoimento, o preso alegou que não era o destinatário da droga; que o contato que tinha com o advogado era de receber e levar informações dos familiares. A Justiça considerou que “não houve provas suficientes para a condenação do acusado, se impondo a condenação”.

Já o advogado afirmou em juízo que levou a droga para o presídio após ser ameaçado por parentes de um casal que tinha atropelado.

“O réu é confesso quanto ao porte da droga para introduzir no sistema penitenciário estadual, afirmando, no entanto, que o fizera sob coação. A filmagem da abordagem comprova que a droga estava acondicionada nos bolsos do paleto do réu e que ele efetivou a entrega para a autoridade policial ao ser abordado e indagado, já no parlatório da unidade prisional, se estava levando algo ilício”, diz parte da decisão.

A reportagem não conseguiu contato com a defesa do acusado até esta publicação.

Pedido de liberdade negado

Em maio deste ano, a Justiça rejeitou mais um pedido de liberdade feito pela defesa do advogado. O pedido foi feito durante audiência. A defesa pediu a liberdade com aplicação de medidas cautelares alegando que já foi encerrada a oitiva das testemunhas, que não há riscos para a instrução criminal e nem para a sociedade.

Além disso, foi alegado que o réu é pessoa idosa e que as dependências do Batalhão de Operações Especiais do Acre (Bope), onde ele está preso, não têm condições para receber o preso e que há “problemas de logística para ir aos médicos.”

A defesa de Guimarães pediu ainda que fosse juntado ao processo o relatório de informação policial de inteligência que afirma que o réu estaria entrando no presídio com droga.

Após análise, o juiz Cloves Augusto Ferreira negou os pedidos da defesa, seguindo manifestação do Ministério Público que se posicionou pelo indeferimento. Conforme o magistrado, o relatório de inteligência se trata de elemento informativo, sem valor probatório e deve ser mantido em sigilo.

Já com relação à concessão de liberdade provisória com aplicação de medidas cautelares, o juiz pontuou que o processo tramita de forma “regular” e não há nenhum novo elemento para mudar o entendimento quanto à necessidade da prisão do réu. Sobre a suposta inadequação do Bope, conforme alegado pela defesa, o magistrado destacou que os argumentos já foram analisados em outra decisão.

Advogado foi preso ao tentar entrar com drogas em presídio do Acre

Em um vídeo, divulgado pela PF, na época, o advogado foi questionado por um delegado sobre a denúncia. O delegado pergunta se o advogado estava com drogas e ele respondeu: “Tô”, resumiu. A prisão preventiva dele foi decretada no dia 2 de outubro.

Logo depois, o advogado entregou alguns tabletes com mais entorpecentes. “Vamos ter que conduzir o senhor até a delegacia da Polícia Federal para as providências”, disse o delegado. O advogado estava com 11 volumes, totalizando 438 gramas de maconha e cocaína.

Em janeiro deste ano, a Justiça rejeitou um pedido de revogação da prisão preventiva dele. Conforme relatório da Justiça nesse pedido foi alegado que a prisão teria ocorrido de forma ilegal.

Em dezembro do ano passado, o Ministério Público Estadual ofereceu denúncia ao judiciário contra o advogado por tráfico de drogas. Após o pedido ministerial, uma decisão da juíza Maha Kouzi Manasfi e Manasfi, da 4ª Vara Criminal, do dia 11 de janeiro deste ano, determinou que o denunciado fosse intimado para apresentar defesa prévia.

Pacotes tinham maconha e cocaína — Foto: Reprodução

Ainda de acordo com o processo, o idoso possui outros antecedentes criminais, entre eles, corrupção de menores em 2009, estupro em 2010 e crime tentado em 2014.

Além do material entorpecente encontrado com o advogado, diversas mensagens que seriam entregues aos presos foram encontradas. São anotação de valores em dinheiro que ele receberia, assim a polícia diz que é evidente que ele trabalhava para a facção.

Em nota divulgada na época da prisão, a Comissão de Defesa, Assistência e Prerrogativas da Ordem dos Advogado do Brasil, Seccional Acre (OAB-AC) disse que acompanhava o caso e ‘estava garantindo que os trâmites sejam feitos com lisura e atenção às prerrogativas profissionais do advogado, sem qualquer pré-julgamento antes da averiguação completa e transparente do ocorrido.’

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FONTE: Lapada Lapada

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