Dois dos três envolvidos na morte de Janaina Arcanjo Santos, 20 anos, e deixar o corpo da vítima na entrada da localidade da Roça da Sabina, no bairro da Barra, em Salvador, são ouvidos pela Polícia Civil, no início da tarde desta sexta-feira (19).
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O caso aconteceu na segunda-feira (15) e duas pessoas foram presas. Janaína Arcanjo Santos foi encontrada com um saco plástico na cabeça e o corpo envolto em um lençol.
De acordo com a polícia, uma das pessoas ouvidas no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) é o Gabriel Moraes, que namorou com a vítima há cerca de quatro meses. O outro envolvido no caso é um homem, que responde em liberdade por tentativa de ocultação de cadáver.
Não há informações se os dois suspeitos são ouvidos na mesma sala ou em locais diferentes.
Vítima foi identificada como Janaína Arcanjo Santos, de 20 anos — Foto: Reprodução/TV Bahia
Na quarta-feira (17), a delegada Zaira Pimentel, que investiga o crime, informou que Gabriel Moraes disse à polícia que atirou acidentalmente após uma briga. O casal teria se conhecido na região da Barra, onde Janaína trabalhava como auxiliar de baiana de acarajé.
“Ele sustentou no interrogatório que teria sido um disparo acidental. Ele declinou o motivo de não ter dado a socorro, mas foi firme em declarar que teria sido um disparo acidental”, afirmou a delegada.
A segunda suspeita, que está presa, é uma jovem de 19 anos, identificada como Ângela. A polícia afirma que ela também seria namorada de Gabriel.
Para a polícia, Ângela teria dito que foi coagida a ajudar na ocultação do corpo de Janaina Arcanjo. “Segunda Ângela, ela teria sido coagida a ajudar ele a retirar o corpo do local. A outra pessoa teria colaborado a colocar o corpo dentro do veículo”, contou Zaira Pimentel.
De acordo com a delegada, Gabriel responde a vários processos e tinha um mandado de prisão em aberto por tráfico de drogas na cidade de Montes Claros, em Minas Gerais.
Suspeitos foram identificados por uma câmera de segurança instalada no bairro — Foto: Reprodução/TV Bahia
‘Menina dócil e que não tinha amizades’
A tia da vítima, Yvette Moreira, contou que Janaina estava em casa no domingo (14) e saiu do imóvel após receber uma ligação no celular.
“Ela estava em casa e aí minha irmã chegou ficou eu, ela e minha irmã colocando o som, dançando. Aí eu subi para pegar um negócio na casa da vizinha, quando eu voltei ela já não estava mais”, relatou.
Segundo Yvette, a jovem não contou para ninguém o destino dela. “Eu fiquei meio sem entender porque quando ela saía ela me ligava. Ela tinha perdido o celular, eu tinha dado outro para ela, mas não me ligou”.
A tia de Janaina contou que soube do caso pela televisão, mas não sabia que era a sobrinha. A morte da jovem só foi confirmada para ela na noite de terça.
“Quando foi meio-dia, vi [a notícia] na televisão e senti, mas não sabia que era ela. Quando foi de noite, umas primas dela por parte de mãe me ligaram dizendo que ela estava no Instituto Médico Legal Nina Rodrigues”, disse.
A tia da vítima afirma que não conhecia Gabriel e Ângela. Falou também sobre a personalidade de Janaina, que era dócil, calada e não tinha muitas amizades.
“Quem foi [que matou a jovem], quem não foi, eu não sei. Eu não conhecia ele. Ela nunca bebeu, nunca fumou, era uma menina dócil, calada, não tinha amizades. As amizades dela eram as primas dela, em Cajazeiras 10. Está todo mundo triste porque amavam ela”, lamentou.
Corpo foi encontrado na entrada da Roça da Sabina, na Avenida Centenário — Foto: Reprodução/TV Bahia
O cadáver foi encontrado na entrada da Rua Doutor Deraldo Dias de Moraes, conhecida como Roça da Sabina, no bairro da Barra. De acordo com a Polícia Civil, testemunhas disseram que a mulher foi deixada por homens que estavam em um carro branco, por volta das 6h.
Equipes da 11ª Companhia Independente da Polícia Militar foram acionadas e estiveram no local, fizeram buscas, mas nenhum suspeito foi encontrado, em princípio. Os agentes isolaram a área para que o Departamento de Polícia Técnica (DPT) fizesse perícia na área e removessem o corpo para o Instituto Médico Legal (IML). Janaína só foi identificada na terça, um dia após a morte.
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FONTE: Lapada Lapada