Antes de se transferir para o Cuiabá, Smania trabalhou por cinco anos na coordenação da base do São Paulo. Pelo time paulista, ajudou a revelar jogadores de destaque nacional e internacional como, por exemplo, Antony, Éder Militão, Gabriel Sara, entre outros. O coordenador geral da base auriverde falou sobre o desenvolvimento alcançado desde a sua chegada e detalhou os próximos passos. No Dourado, Pedro Smania conduz as categorias de forma geral, desde aspectos administrativos e estruturais até a parte técnica na formação de jovens atletas.
– Nós temos uma série de categorias, Sub-13, Sub-14, Sub-15, Sub-16, Sub-17, Sub-20 e Sub-23, que trabalha mais próxima ao profissional. A função que exerço é organizar e ligar as pontas de todas essas divisões de base, os profissionais envolvidos, as demandas do dia a dia, negociações de contratos, junto com o Cristiano (vice-presidente do clube), contratações de profissionais para aumentar nosso corpo técnico e organizar a infraestrutura da base.
Smania explica que encontrou no início um projeto embrionário para a base do Cuiabá. O clube ainda apresentava falta de infraestrutura necessária e carência de profissionais em diversas esferas. Apesar disso, o coordenador afirma que o projeto apresentado pela cúpula auriverde indicava potencial e desejo de desenvolvimento.
– Quando chego no clube, encontro um corpo de profissionais tentando trabalhar da melhor maneira possível, uma infraestrutura tentando ser organizada, de paredes e mesas, por exemplo, que precisavam ser minimamente ordenadas.
– Foi preciso contratar muita gente para começar a dar uma cara de categoria de base, que hoje já se tem. Montamos um departamento médico, uma rouparia em outro ambiente, ajustamos o organograma da base com a contratação de treinadores para algumas categorias, preparadores físicos, roupeiro, acabamos de contratar um auxiliar de enfermagem, nutricionista, montamos um departamento de humanas, que é algo essencial para quem trabalha com formação. Hoje temos duas assistentes sociais e uma psicóloga. Reformamos a cozinha da base e organizamos todo o fluxograma para que uma categoria de base entre nos trilhos.
O processo de estruturação começa a gerar resultados em um prazo curto. Recentemente, o Cuiabá se classificou no Brasileiro de Aspirantes com a melhor campanha geral da primeira fase, conquistou vaga na Copa São Paulo de Futebol Júnior, foi vice-campeão de torneio nacional Sub-16, entre outras conquistas. Sobre os próximos passos, Pedro Smania destaca o objetivo do clube em utilizar mais jogadores da base no time principal a cada temporada. Segundo o coordenador, o foco é formar atletas da região, que cresçam identificados com a filosofia da equipe.
– Nosso objetivo é criar ídolos nascidos em Cuiabá, em Mato Grosso, jogando no profissional do clube, na Série A, e colocando atletas das categorias de base aqui da região, sem precisar buscar fora. Mas promovendo atletas daqui na seleção brasileira de base, usando a camisa do Cuiabá com amor ao clube.
– É uma geração que precisa entender que tem um clube na cidade que já está grande e que vai ficar cada vez maior, pois o trabalho está sendo feito para que isso aconteça. É importante que o Estado e a região saiba que existe hoje um clube grande em Cuiabá, que tem o objetivo de formar atletas cuiabanos e mato-grossenses. Então, o foco a médio e longo prazo é que a região se orgulhe de seus próprios ídolos dentro do futebol mundial.
Para isso acontecer, é necessário que o projeto de estruturação da base continue. O processo ainda está no início, mas já tem planos definidos para seguir ganhando espaço no cenário nacional. “As metas a médio e longo prazo precisam ser realinhadas. O clube está em processo de construção de um Centro de Treinamento que já está com dois campos prontos. O projeto já está finalizado pelo clube para construção de departamentos como um todo neste CT, para que a gente consiga evoluir e melhorar a qualidade do trabalho. Pois para trabalhar na base é necessária a melhoria no RH, as pessoas que venham com bagagem e expertise para desenvolver esses meninos, mais a questão de infraestrutura, que passa pela construção de campos de qualidade, mais à frente outras áreas como alojamento, refeitório, tudo que uma categoria de base necessita”, finalizou.
FONTE: mtesporte