Oferecer leite materno na primeira hora de vida faz com que o útero da mãe se contraia mais rapidamente e diminui sangramentos. Além disso, ajuda na “descida do leite”, explica a pediatra, promovendo o vínculo afetivo entre a mãe e o bebê e o contato da criança com os micro-organismos da pele da mãe, que vão protegê-lo contra infecções durante toda a vida.
É essencial que logo após o nascimento, o bebê passe por alguns exames, entre eles o Teste do Pezinho, para descartar doenças congênitas e infecciosas. O exame certificará os pais de que não existem problemas com a saúde da criança, ou, caso exista, para que iniciem o tratamento o mais cedo possível para evitar problemas no seu desenvolvimento.
Além deste exame, recomenda-se fazer o Teste do Olhinho, que avalia a transparência das câmaras oculares; o Teste da Orelhinha, que avalia audição; e o Teste do Coraçãozinho, que avalia doenças cardíacas graves.
Introdução alimentar
A alimentação complementar deve começar aos seis meses de vida com papa de frutas e na sequência de verduras, legumes e cereais. Não deve ser dado alimentos ultraprocessados (enlatados e conservas; extratos ou concentrados de tomate; frutas em calda e cristalizadas; macarrão instantâneo; bolachas recheadas) e nem embutidos (salame, presunto, salsicha). Também não é recomendado dar suco para as crianças.
“Vale ressaltar que o aleitamento materno exclusivo nos primeiros meses de vida da criança, previne de verminoses, doenças respiratórias, alergia, doenças de pele, infecções de ouvido e diarreias, além disso evitar que a ela fique desnutrida”, destaca Slhessarenko.
A obesidade infantil também é outro fator que deve ser levado em consideração na primeira infância, assinala a pediatra. Estudos apontam que crianças obesas têm mais chance de serem adultos obesos e ter mais doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), que incluem a hipertensão arterial, diabetes, osteoporose e a síndrome metabólica. Segundo dados do Ministério da Saúde, uma em cada três crianças, entre 3 a 5 anos de idade, está com sobrepeso ou obesidade no Brasil.
Vacinação
As vacinas são um meio de proteger as crianças contra várias doenças. Por isso, conforme a médica pediatra, a família deve ter o cuidado de seguir o esquema programado para cada idade. “É importantíssimo que os pais tenham consciência de que precisam vacinar seus filhos”, reforça.
“As coberturas vacinais estão muito baixas desde 2016, tanto que o Brasil voltou a ser um país de alto risco para a poliomielite (paralisia infantil)”, completou.
Lazer, amor e dedicação
As crianças precisam de momentos de lazer e descontração, bem como de acompanhamento “de perto”, segundo a pediatra, de suas atividades na escola. “Devemos manter-nos atentos aos cuidados com sua segurança e saúde mental, tudo com muito amor e dedicação”, acrescentou.
Outro ponto de atenção levantado pela profissional foi a exposição à telas (televisão, computador e celular) pelos pequenos. “Não devemos deixar que crianças com menos de dois anos sejam apresentadas às telas. Com relação as maiores, a recomendação é que fiquem, no máximo, duas horas”, observou.
“Em resumo a todas essas dicas, queremos que os pais se sensibilizem da necessidade e da importância do acompanhamento médico periódico da criança nos primeiros anos de vida para que possamos ter adolescentes e adultos saudáveis, que vivam até os 100 anos de idade com saúde”, finalizou Slhessarenko.
Dra. Natasha Slhessarenko é pediatra e patologista, conselheira do Conselho Federal de Medicina (CFM) e professora da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).
FONTE: matogrossosaude