segunda-feira, dezembro 8, 2025

Cabo faz acordo; paga R$ 65 mil e escapa de processo por grampos em MT

Cabo faz acordo; paga R$ 65 mil e escapa de

 

O cabo da Polícia Militar, Gerson Luiz Ferreira Corrêa Júnior, firmou um acordo de não persecução cível com o Ministério Público do Estado (MPMT), se comprometendo a devolver R$ 65 mil aos cofres públicos. Ele é um dos principais operadores de um esquema de interceptações telefônicas ilegais conhecido como “Grampolândia”.

O acordo de não persecução cível, que ainda precisa ser homologado pelo Poder Judiciário Estadual, garante que o PM não responda a ações na esfera cível da justiça mediante certos termos – neste caso, a devolução dos R$ 65 mil, que será realizada em 48 parcelas de R$ 1.290,00. O promotor de justiça Reinaldo Rodrigues de Oliveira Filho assinou o acordo em conjunto com o advogado Neyman Augusto Monteiro, que representa o réu.

“O compromissário reconhece a procedência dos pedidos da inicial e que praticou as condutas nela descritas, incorrendo nos atos ímprobos ali enumerados, definidos na Lei n° 8.429/1992, cujas sanções encontram-se no artigo 12 do mesmo diploma, as quais serão aplicadas nos termos definidos neste acordo”, diz trecho do acordo.

Segundo os autos, a ação por improbidade administrativo e devolução de recursos ao erário possui como réus o ex-governador Pedro Taques, seu primo, e ex-Chefe da Casa Civil, Paulo Taques, o ex-comandante Geral da PM de Mato Grosso, Zaqueu Barbosa, o os oficiais da PM, Evandro Ferraz Lesco; Airton Siqueira, além de Gerson Luiz Ferreira Correa Junior.

“Aduz que a implantação das escutas clandestinas foi realizada por meio do Núcleo de Inteligência da Policia Militar, sendo este instalado e operacionalizado no mês de agosto de 2014, pelo requerido Zaqueu Barbosa, coronel da Policia Militar do Estado de Mato Grosso, que a época dos fatos exercia a função de Subchefe do Estado Maior da Policia Militar”, diz trecho da denúncia.

Os grampos ilegais tornaram-se públicos após a veiculação de duas reportagens do Fantástico, no ano de 2017, durante a gestão do ex-governador Pedro Taques. Jornalistas, médicos, advogados, políticos e até uma ex-amante do ex-secretário da Casa Civil, Paulo Taques (primo do ex-governador Pedro Taques), sofreram interceptações telefônicas clandestinas que teriam sido feitas por policiais militares.

A fraude é conhecida como “barriga de aluguel”, que consiste no pedido de interceptações telefônicas de pessoas que nada tem a ver com os crimes investigados, em meio a outras pessoas que, de fato, são suspeitas no inquérito, levando a Justiça a erro.

Na época, o coronel PM Zaqueu Barbosa, e o cabo PM Gerson Corrêa, chegaram a ser presos preventivamente. Na esfera penal, o ex-comandante da PM foi condenado a 8 anos de prisão. Já o cabo recebeu o perdão judicial.

FONTE: Folha Max

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