O ex-presidente Luiz Inácio “Lula” da Silva (PT) venceu a máquina estatal, e conseguiu se eleger ao Palácio do Planalto neste domingo (30), no segundo turno das eleições presidenciais, com 50,8% dos votos. O atual Chefe de Estado do Brasil, Jair Bolsonaro (PL) foi a preferência de 49,2% dos eleitores.
A maioria dos eleitores escolheu Lula como sucessor de Jair Bolsonaro, com destaque para as Estados da região Nordeste, onde Lula não perdeu em nenhuma unidade federativa. O atual presidente venceu em colégios eleitorais importantes como São Paulo (55%) e Rio de Janeiro (56%).
Ao todo, mais de 59,5 milhões de brasileiros votaram em Lula, ante 57,6 milhões que pretendiam renovar o mandato de Bolsonaro para mais quatro anos.
As eleições de 2022 foram marcadas pela sombra de um golpe de estado, presente no discurso de Jair Bolsonaro desde o início do seu mandato. Num primeiro momento, o presidente questionou a lisura de instituição como o Supremo Tribunal Federal (STF), e alguns de seus ministros, em decisões que impactavam pessoas próximas e apoiadores de seu governo.
Nos últimos tempos, porém, o foco passou a ser o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com atenção “especial” ao seu atual presidente, o ministro Alexandre de Moraes – alvo não só de Bolsonaro em seus discursos, mas também das redes bolsonaristas na internet.
Lula, que desde antes do primeiro turno aparecia em primeiro nas pesquisas de eleições de voto, acabou colhendo os frutos de uma ampla aliança realizada até mesmo com antigos adversários, caso do ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSB). No segundo turno, o presidente eleito ainda obteve o apoio dos principais concorrentes ao cargo no primeiro turno, como Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT).
O ex-presidente já comandou o Brasil em dois mandatos, entre 2003 e 2010, e viu sua sucessora, Dilma Roussef, sofrer um impeachment no ano de 2016 num controverso processo político que culminou em sua saída do cargo, posteriormente ocupado pelo vice Michel Temer (MDB).
Dois anos depois, Lula chegou a ser preso em abril de 2018. O ex-juiz Sérgio Moro, que no primeiro mandato de Jair Bolsonaro ocupou o cargo de Ministro da Justiça, determinou a prisão do ex-presidente no âmbito da operação “Lava Jato”. O STF anulou as penas do ex-presidente por vícios processuais, e ele deixou a cadeia em novembro de 2019.
Mesmo com a vitória nas urnas, porém, o mandato de Lula, ao menos nos primeiros anos, não deve ser “tranquilo”, nem nas ruas, com o capital político que ainda detém Jair Bolsonaro, muito menos no Congresso, onde o grupo que conseguiu se eleger utilizando a imagem do atual presidente ocupará a maioria das cadeiras.
Luis Inácio “Lula” é natural de Caetés (PE), tem 77 anos, e casou novamente neste ano de 2022 após ficar viúvo. Ele é pai de cinco filhos e surgiu na política como uma liderança dos trabalhadores metalúrgicos do ABC Paulista, no fim dos anos 1970. Sua principal bandeira é a defesa do social.
MATO GROSSO
Em Mato Grosso, Bolsonaro conseguiu ampliar a vantagem obtida no primeiro turno das eleições, sendo a preferência de 65% dos eleitores mato-grossenses. Lula alcançou 35% dos votos.
No primeiro turno, Bolsonaro pontuou 59,8% e Lula 34,3%. No estado, ele possui o apoio do governador Mauro Mendes (União) e do senador Wellington Fagundes (PL), duas das principais lideranças políticas de Mato Grosso.
No segundo turno, Lula venceu apenas em 17 dos 141 municípios de Mato Grosso – Ponte Branca, Araguainha, Tesouro, Campinápolis, Planalto da Serra, Nova Brasilândia, Rosário Oeste, Nova Olímpia, Nortelândia, Alto Paraguai, Acorizal, Jangada, Porto Estrela, Nossa Senhora do Livramento, Santo Antônio do Leverger, Barão de Melgaço, Poconé.
Ao todo, 1,2 milhão de habitantes de Mato Grosso votaram em Bolsonaro e 647,1 mil eleitores escolheram Lula.
FONTE: Folha Max