O governador Mauro Mendes (União), afirmou que não pretende usar as Forças Armadas contra os manifestantes bolsonaristas que estão bloqueando as rodovias federais de Mato Grosso, nem com os que estão instalados na frente da 13ª Brigada da Infantaria Motorizada do Exército Brasileiro, na Avenida Historiador Rubens de Mendonça, a Avenida do CPA, em Cuiabá.
“Métodos excessivos, se usar a intolerância, você pode desencadear ai esse embate. Eu desaprovo qualquer tipo de cerceamento. O estado vai procurar resolver isso com diálogo até certo limite, para que a gente não tenha uma explosão de conflitos dentro de Mato Grosso”, disse nesta segunda-feira (7), em entrevista à imprensa.
Desde a manhã de segunda-feira (7), os manifestantes voltaram para as margens das rodovias em protesto contra a derrota de Jair Bolsonaro (PL) e a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nas urnas. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), foram cinco trechos bloqueados novamente pelos bolsonaristas em pontos das BRs 163 e 364, dentro do Estado. Além disso, em outro tipo de protesto, empresários de Mato Grosso, também resolveram fechar as portas de seus estabelecimentos comerciais, seguindo o mantra de “Luto pelo Brasil”.
“Não abrir as portas é direito que qualquer cidadão tem, se ele acordar um belo dia e não quiser ir trabalhar tudo bem, obviamente que vai trazer consequências, porque o comércio consegue fica um ou dois dias paralisados, mas se ficar três dias traz consequências. Mas é uma manifestação livre e democrática que cada um pode fazer”, afirmou o gestor do Estado ao opinar sobre os protestos.
“Eu vejo que democracia é respeitar o direito da livre manifestação, faz parte da democracia, e mesmo que as pessoas estejam falando algo que não tem amparo no arcabouço jurídico, na nossa legislação e na constituição, você tem que respeitar, desde aquilo só fique em palavras. Por ora, eles estão se manifestando em palavras e a gente tem que ter um pouco de tolerância, porque a intolerância pode levar o nosso País e nosso Estado ou qualquer nação a resultados que a história já nos mostrou que não é muito bom. Então, um pouco de paciência é o melhor”, concluiu.
Mendes ainda agradeceu pela ajuda oferecida pelo Governo Federal, mas destacou que ainda não há necessidade de aceitar. “Até o presente momento não tem algo que esteja acontecendo, que pela nossa avaliação não possa ser controlado ou administrado pelas nossas forças de segurança”.
Entenda
Desde o último dia 30 de outubro, manifestantes bolsonaristas tomaram conta das rodovias federais em todo o País, por não aceitarem a eleição de Lula para presidente. Em Mato Grosso, segundo o secretário de Segurança do Estado, Alexandre Bustamante, houve mais de 80 trechos bloqueados nas BRs. No entanto, todas foram desobstruídas na última sexta-feira (4), quando completavam quatro dias, e já implicavam a possibilidade de desabastecimento alimentício e de combustível no estado.
O uso das forças armadas foi, inclusive, autorizado pelo governador, caso os manifestantes não quisessem deixar as rodovias. Ocorre que desde a manhã desta segunda (7), os bolsonaristas voltaram a se instalar nas rodovias, pedindo novamente a intervenção militar, o que é considerado crime pela Constituição Federal.
O presidente Bolsonaro, já pediu, através de um vídeo publicado em suas redes sociais, para que os manifestantes não bloqueiem mais as estradas, e protestem de maneira pacífica, o que tem sido ignorado desta vez por seus apoiadores, que já tentam desvincular a imagem do candidato derrotado nas urnas de seus protestos, afirmando ser por um “Brasil melhor”.
FONTE: Folha Max