sexta-feira, março 14, 2025

Defesa de Flordelis pede exumação de corpo de Anderson do Carmo, mas juíza nega


Pedido foi feito durante sessão nesta quinta-feira (10) para investigar a hipótese de o pastor ter sido envenenado e descartar a o crime de homicídio tentado. Defesa diz que vai tentar novamente com o júri. Flordelis durante no primeiro dia de julgamento
Brunno Dantas/TJRJ
A defesa de Flordelis pediu nesta quinta-feira (10) para que o corpo do pastor Anderson do Carmo fosse exumado.
A solicitação veio após longa explanação do perito Sami El Jundi, convocado como testemunha técnica da ex-deputada federal, sobre envenamento por arsênio e cianeto – que apareceram durante a investigação como sendo usados para envenenar o marido de Flordelis.
Sami também atua como perito contratado de Dr. Jairinho no caso Henry Borel.
Flordelis é acusada da morte do marido, o pastor Anderson do Carmo, assassinado no dia 16 de junho de 2019. Também estão sendo julgados por envolvimento no assassinato a filha biológica de Flordelis Simone dos Santos, a neta Rayane dos Santos e os filhos adotivos André Luiz e Marzy Teixeira.
Sami El Jundi explicou sobre os sintomas que os venenos provocam e quanto tempo costumam permanecer no corpo mesmo depois da morte. Essa, aliás, foi uma pergunta que um jurado direcionou para que a juíza fizesse ao perito.
“Cianeto é eliminado quase que imediatamente do organismo. Mas o arsênio deposita. Sobre o tempo em que pode ser percebido em um corpo depende do que é analisado: tecidos moles, sangue, urina, unha ou cabelos. Em estruturas com queratina, como unhas e cabelos, pode permanecer por anos”, explicou.
Anderson do Carmo: ele teria sido envenenado
Reprodução
Ao final da explanação, o advogado Rodrigo Faucz solicitou a exumação do corpo de Anderson do Carmo para pesquisa de suposto envenenamento. A ideia era afastar a acusação de homicídio tentado. No entanto, o pedido foi negado pela juíza Nearis Arce.
“Ela indeferiu infelizmente, mas vou fazer novo pedido aos jurados durante a minha sustentação. Tenho essa prerrogativa”, disse Faucz ao g1.
Rodrigo Faucz
Tomaz Silva/Agência Brasil
Crime com conotação sexual
Antes da questão do veneno, Sami analisou outros pontos do laudo da necropsia, como a quantidade de tiros, que questionou serem 30, uma vez que o documento não apontava o que era entrada ou saída de projétil.
Também falou sobre o fato de Anderson do Carmo ter recebido vários tiros na região genital, e se isso teria conotação sexual.
“Metade dos tiros foi dada abaixo da linha da cintura, tinha um alvo especifico. Tinha um objetivo de destruir o que estava ali, indicando natureza sexual, sim. Raiva e destruir o que estava ali”, respondeu Sami.
Durante sua análise, André Luiz, um dos réus, cobriu o rosto para não olhar. Com a continuação, do depoimento, começou a chorar e deixou o plenário para a sala de apoio aos réus, onde Flordelis permanecia desde o depoimento de Siro Darlan.
Flordelis: preferidos e preteridos
Brunno Dantas/TJRJ
Outras testemunhas
Desde o início do júri popular, na segunda-feira (7), este foi o dia em que mais testemunhas depuseram.
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O dia começou com duas testemunhas de acusação depondo e finalizando as testemunhas do Ministério Público. A primeira a sentar para depor foi Roberta dos Santos – filha registrada por Flordelis e Anderson. Ela foi categórica em dizer que a mãe tinha envolvimento com a morte do pai.
Depois, foi a vez de Rebeca Vitória Silva, neta de Flordelis e filha de Carlos Ubiraci, filho de Flor e já julgado no mesmo processo.
O fim da manhã teve ainda o depoimento de Tayane Dias, filha afetiva da ex-parlamentar, e Érica dos Santos de Souza, filha adotiva de Flordelis.
Os depoimentos da tarde começaram com o médico Diogo Bagano Diniz Gomes, médico oncologista que atendeu a ré Simone Santos no Hospital Albert Einstein, e o desembargador Siro Darlan contou como conheceu Flordelis. O dia terminou com as análises des Sami El Jundi.
Além da ex-parlamentar, outros quatros réus estão sendo julgados: a filha biológica de Flordelis Simone dos Santos, a neta Rayane dos Santos e os filhos adotivos André Luiz e Marzy Teixeira.
A morte de Anderson do Carmo ocorreu na noite de 16 de junho de 2019. O pastor foi morto, com mais de 30 tiros, na garagem da casa onde morava com a família, em Pendotiba, Niterói.

FONTE: Lapada Lapada

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