De acordo com Fiocruz, o retorno de casos graves de difteria, tétano e coqueluche são indicadores dessa negligência com a vacinação. Procura por vacinas diminui e doenças voltam a ameaçar crianças brasileiras
Pesquisadores da Fiocruz alertam para o retorno de casos graves de difteria, tétano e coqueluche nas crianças brasileiras. A queda na procura pela vacina, que previne essas doenças, indica ainda um outro problema.
É proteção em dose dupla, e de graça. Irmãos gêmeos receberam a dose de reforço da vacina tríplice bacteriana, em um posto de saúde do SUS, no Rio. Ela protege contra difteria, coqueluche e tétano.
Pela tabela, a primeira dose é aplicada aos dois meses, a segunda aos quatro, a terceira aos seis meses de vida e o reforço é dado com um ano e três meses. É essa a idade do Adam e da Diana.
“A vacina é importante, para a gente manter a saúde deles. Então, toda mãe, venha vacinar seus filhos, por favor”, pede a dona de casa Aline Maria Santos.
A saúde dos filhos sempre foi uma das maiores preocupações dos pais, mas a negligência com as vacinas tem feito algumas doenças, que já mataram crianças no passado, se tornarem uma ameaça de novo.
“Dentro do grupo das mães, a gente tenta alertar, pedir para as outras mães também, pais, saber a importância de vacinar seus filhos, mas é isso. A gente precisa continuar falando, continuar reforçando”, disse a arquiteta Letícia Guimarães
De acordo com o Observa Criança, da Fiocruz, o retorno de casos graves de difteria, tétano e coqueluche são indicadores dessa negligência. Desde 2013, o Brasil não atinge a meta de 95% das crianças com menos de um ano vacinadas.
No ano passado, a cobertura foi de 75% das crianças nessa faixa etária. A pior taxa foi em 2019, com vacinação de menos de 73% do público-alvo. Um descuido que pode custar vidas. Em uma década, foram 28 mortes de crianças até três anos de idade por coqueluche, cinco por difteria e três por tétano.
“É um número bem alto, ainda mais se a gente considerar que são doenças preveníveis através da vacinação. O que a gente está vendo é um agravamento maior dessa situação, que é fruto da redução das coberturas”, ressaltou Patrícia Boccolini, coordenadora do Observa Infância (Fiocruz/Unifase).
A Fiocruz alerta que a baixa procura por essa vacina também indica que os pais não têm cumprido o cronograma de idas ao pediatra.
“Essa vacina específica, ela é o que a gente chama de marcador de acesso ao serviço de saúde, porque, como é uma vacina que é dada no primeiro ano de vida da criança, nesse momento, geralmente é quando a criança tem mais visitas ao pediatra, ao posto de saúde para vacinar e também como visitas de rotina como acompanhamento nesse primeiro ano de vida da criança, que é muito importante”, relatou a coordenadora.
Com a caderneta de vacinação do Henri completa para idade dele, a nutricionista Thamires Bossio faz a sua parte.
“A gente fica com medo, porque são doenças que não tinham mais e agora estão voltando, por conta da negligência dos pais que não estão levando os filhos para se vacinar”, afirmou Thamires.
FONTE: Lapada Lapada