O vereador Dilemário Alencar (Podemos) recebeu denúncia de trabalhadores do Hospital Referência à Covid-19, antigo Pronto Socorro, alegando que estão tendo que comprar insumos básicos para a unidade de saúde.
De acordo com o funcionário, que preferiu não se identificar, os servidores estão sendo obrigados a comprar papel higiênico e álcool. Além disso, a unidade está sem lençóis suficientes para utilizar nas camas dos funcionários.
“Hoje foi o estopim. Estamos em cinco funcionários no setor e temos dois pacotes de lençol, ou seja, um vai ficar sem cobrir. Agora não sei se eles querem que a gente durma de conchinha ou se é para trazer de casa. E o papel higiênico foi pedido para os funcionários trazerem de casa, porque aqui não tem”, relatou o funcionário em áudio (ouça ao final de matéria).
Em entrevista ao MidiaNews, Dilemário afirmou que falta de insumos porque a Prefeitura está devendo fornecedores. No caso dos lençóis, o vereador alega que a lavanderia que atende o hospital é uma das que não recebeu.
“É uma série de denúncias, que já encaminhei ao Ministério Público. Porém, isso não é só nessa unidade, todos os dias a gente tem recebido denúncias de falta de medicamentos, de médicos, anestesia na UPA (Unidade de Pronto Atendimento). Então, está um caos generalizado”, afirmou.
O vereador ainda criticou a forma com que a Secretaria de Saúde Municipal tem administrado os recursos direcionado às unidades de saúde da Capital.
Segundo ele, apenas esse ano a Secretaria contou com um orçamento de R$ 1,4 bilhão, mas ainda há denúncias diárias de precariedade nas unidades geridas pelo Município.
“Como pode uma Secretaria ter mais de R$ 1 bilhão de orçamento e estar faltando nas unidades álcool, esparadrapo, gaze, anestesia, remédios básicos?”, questionou.
Intervenção da Justiça
Devido às constantes demandas em relação a descaso na Saúde Municipal, Dilemário saiu em defesa da intervenção da Justiça na Secretaria da Gestão do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB).
O pedido de intervenção foi solicitado pelo Ministério Público e estava suspenso desde setembro. No entanto, no início de novembro a presidente do Tribunal de Justiça, Maria Helena Póvoas, determinou a retomada do julgamento do pedido de intervenção no Município de Cuiabá.
“Defendo que haja de fato a intervenção, porque não tem outra alternativa. Por mais que os vereadores da oposição levem a conhecimento essas denúncias ao prefeito, à secretária, ao próprio MP, nada tem se resolvido”, finalizou Dilemário.
Áudio do funcionário:
FONTE: Midia News