domingo, setembro 7, 2025

Conselheiro chama Silval de bandido: “Mentiu para sair da cadeia”

A sessão desta terça-feira (13) do Tribunal de Contas do Estado foi marcada por desabafos, falas emocionadas e até xingamento ao ex-governador e delator Silval Barbosa. 

 

As manifestações ocorreram após os conselheiros tomarem conhecimento do parecer da Procuradoria Geral da República, que pediu o arquivamento da investigação contra cinco integrantes da Corte que foram acusados de corrupção pelo ex-governador. 

 

Os conselheiros citados no caso são José Carlos Novelli, atual presidente, Antônio Joaquim, Waldir Teis, Sérgio Ricardo e Valter Albano.

 

Novelli e Antônio Joaquim se emocionaram ao comentar o parecer, assinado pela subprocuradora geral da República Lindôra Araújo.

Há seis anos houve a compreensão de se acreditar na palavra de um bandido, de um facínora e marginal

 

Já Sérgio Ricardo classificou o ex-governador como “bandido” e “fascínora”, que mentiu para deixar a prisão. 

 

Primeiro a comentar o caso, Antônio Joaquim disse que passou seis anos – desde a instauração do inquérito até o parecer de Lindôra – de “sofrimento violento” e “incalculável”. 

 

Ele foi afastado em setembro de 2017, junto aos outros conselheiros. À época, Joaquim pretendia ser candidato ao governo do Estado.

 

“Eu não tenho ódio, eu só não esqueço. Essa violência, essa falta de democracia. O que se fez foi uma violência. O ex-governador delatou mais de 200 pessoas e os únicos que foram penalizados antes de serem denunciados e julgados fomos nós cinco”, disse Joaquim.

 

“[Eu não vou me esquecer] do dia que eu fui violentado, que eu fui impedido de exercer meu direito de cidadão, de ser candidato. Hoje, eu não vou esquecer”, completou em meio às lagrimas. 

 

Após o colega, Novelli tomou a fala e disse “ter uma fé inabalável” em Deus e, por isso, acredita que o Superior Tribunal de Justiça deve acatar o parecer do MPF.

 

“Realmente, é uma redenção. Deixo aqui meus agradecimentos às nossas esposas e filhos, que acreditaram na nossa idoneidade… Na realidade, na nossa honestidade”, disse ao completar em meio às lágrimas. “[Familiares] ficaram como verdadeiros pilares a nos sustentar em um verdadeiro deserto que passamos. Mas isso, já passou, e nós vamos em frente”.

 

“Facínora”, “marginal”

 

Sergio Ricardo também tomou a fala durante a sessão e criticou a delação do ex-governador, que culminou na Operação Ararath e em seu afastamento. 

 

“Eu estava lendo o despacho da Procuradoria Geral da República, a mesma [Procuradoria] que há seis anos, que entendeu devido a informações prestadas por um ladrão, bandido, facínora, que estava preso, que mentiu como moeda de troca para sair da cadeia”. 

 

“Há seis anos houve a compreensão de se acreditar na palavra de um bandido, de um facínora e marginal que estava preso e queria sair da cadeia”, completou.

Realmente, é uma redenção. Deixo aqui meus agradecimentos às nossas esposas e filhos, que acreditaram na nossa idoneidade

 

Ao contrário dos colegas, Sérgio Ricardo disse não se sentir emocionado. “O que acontece hoje, vejo com a maior naturalidade e não me emociono com isso”.

 

Ricardo apontou que desde o início das investigações até o momento, nenhuma prova foi encontrada contra os conselheiros pela Polícia Federal.

 

“Foram nove prorrogações permitidas [pela Justiça] para ver se a investigação em algum momento achava alguma informação que pudesse confirmar uma frase, um vírgula, uma linha do que o bandido, facínora e delator disse. E nada. E não encontraram. Hoje, a Justiça esta sendo feita”, afirmou.

 

Os outros conselheiros alvos do inquérito, Waldir Teis e Valter Albano, não se posicionaram durante a sessão.

 

Veja vídeo da sessão:

 

 

Entenda

 

A ação apura supostos crimes delatados pelo ex-governador Silval Barbosa e o ex-secretário Pedro Nadaf, que assumiram o cometimento de vários crimes contra os cofres de Mato Grosso.

 

Os conselheiros chegaram a ser afastados em setembro de 2017 por conta das investigações, mas retornaram em fevereiro de 2021.

 

Em acordo de colaboração premiada, os conselheiros foram acusados de um esquema de R$ 53 milhões, com o propósito de aprovar as contas do Governador do Estado e não impor óbice ao andamento de projetos e obras do governo (MT Integrado, obras da Copa 2014).

 

Ocorre que para a subprocuradora as investigações não demostraram nenhum indício de que os conselheiros fizeram parte do esquema delatado por SIlval e Nadaf.

 

“Não foi possível carrear indícios que corroborassem os fatos apontados por Pedro Nadaf e Silval Barbosa, os acordos de colaboração premiada restaram isolados, de modo a não fundamentar o ajuizamento da ação penal”.

 

 



FONTE: Midia News

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