A desembargadora Rosa Helena Penna Macedo Guita, da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio, determinou, na tarde desta sexta-feira, que o contraventor José Caruzzo Escafura, o Piruinha, de 92 anos, fique em prisão domiciliar. O bicheiro se encontrava preso desde o dia 24 de maio, quando foi um dos alvos de uma operação conjunta da Delegacia de Homicídios (DH) e o Ministério Público do Rio (MPRJ). No fim de maio, Escafura, considerado um dos integrantes da cúpula do bicho no Rio, escorregou no banheiro da Casa do Albergado Crispim Ventino, em Benfica, na Zona Norte do Rio, quebrando o fêmur. Desde então, estava internado, o que exigia uma escolta de 20 policiais penais da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap).
De acordo com a decisão da desembargadora, Escafura terá ainda que usar tornozeleira eletrônica e seguir algumas regras. O contraventor está proibido de ter contato com as testemunhas arroladas no processo e só poderá receber visitas de familiares e advogados. Foi determinado à 3ª Vara Criminal da Comarca da Capital que expedisse o alvará de soltura para que ele cumpra a prisão em sua casa.
Para conseguir o benefício, a defesa do contraventor alegou a avançada idade de Escafura e o fato de ele ter osteoporose avançada e uma fratura de fêmur. De acordo com o habeas corpus em favor do bicheiro, o paciente foi submetido à cirurgia de artroplastia total do quadril direito, no Hospital Unimed-Rio, na Barra da Tijuca. Os advogados alegaram que ele “se encontra de alta hospitalar e, como descrito na literatura médica, a permanência de um paciente super idoso (92 anos) e sem indicação clínica vem ocasionando sucessivas infecções, todas já debeladas”. Também foi ressaltado que ele necessitava de fisioterapia motora e respiratória, fonoaudiologia e cuidador por 24 horas.
Segundo as investigações que levaram Escafura à prisão, ele e a filha Monaliza Escafura teriam contratado o PM Jeckson Lima Pereira para executar Natalino José do Nascimento Espíndola, conhecido como Neto, dono de uma loja de carros. O Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MPRJ afirma na denúncia que o homicídio de Natalino “foi por motivo torpe”. De acordo com o Gaeco: “A vítima foi executada como forma de punição pelo fato de não ter pago uma dívida, estimada pelo contraventor e a filha em cerca de R$ 500 mil. A execução de Neto foi decidida quando eles perceberam que não iriam receber o dinheiro”. A vítima foi assassinada quando saía de sua loja, em Vila Valqueire, na Zona Norte do Rio.
FONTE: Folha Max