O projeto começou há 12 anos e atende 4,2 mil crianças e adolescentes em 25 creches e escolas da favela. Orquestra Maré do Amanhã volta a apresentar tradicional concerto de fim de ano no Rio após 2 anos
A orquestra Maré do Amanhã voltou a apresentar seu tradicional concerto de fim de ano, neste sábado (17), no Rio.
Há dois anos, eles esperam por esse reencontro de boas festas, interrompido pela pandemia. Já é noite feliz no contrabaixo do Vinícius Pereira.
“Faz muito tempo que a gente não se reúne no fim do ano. Momento de amor e paz. A gente quer sempre passar o melhor possível para o público. Fico muito feliz de poder tocar hoje”, conta o músico.
Trinta e cinco jovens músicos se reúnem sob a cúpula da Igreja dos Capuchinhos, na Zona Norte do Rio de Janeiro, para o último ensaio antes do concerto de Natal da orquestra Maré do Amanhã.
Todos vêm do Complexo da Maré, uma das maiores favelas do Rio, e representam o projeto que começou 12 anos atrás e hoje atende 4,2 mil crianças e adolescentes, em 25 creches e escolas da região.
“Eu costumo dizer que a música cura. Eu passei por momentos de sombras na minha vida, onde tive momentos de acolhimento através da música”, relata Juliana Aguiar.
No início do ano, a orquestra ganhou um coro mirim e está ensinando crianças a voar com a voz.
A orquestra Maré do Amanhã é um sonoro exemplo de como é possível transformar a dor num impulso capaz de abrir caminhos que vão na direção contrária do mal que causou sofrimento. E isso é música para quem vive num lugar marcado pela violência.
“Meu pai, Armando Prazeres, foi sequestrado e o carro dele foi abandonado no Complexo da Maré, mais propriamente na Vila do João. Quando eu vi que o trabalho dele tinha acabado, eu me vi na obrigação de retomar esse trabalho”, conta Carlos Eduardo Prazeres, fundador da orquestra Maré do Amanhã.
FONTE: Lapada Lapada