Passar em um concurso público é a resolução de fim de ano de muita gente, por necessidade ou desejo de uma vida mais estável. Em 2023, são esperadas mais de 13 mil opotunidades em mais de 30 processos seletivos, segundo uma previsão feita por Marco Brito, diretor pedagógico da Degrau Cultural, a pedido do EXTRA.
O cenário, segundo ele, é positivo para as três esferas: federal, estadual e municipal, com vagas para candidatos com todos os níveis de escolaridade. Ao olhar para a listagem abaixo, quem pretende trilhar uma carreira pública pode até aumentar suas chances de sucesso, preparando-se para mais de uma seleção ao mesmo tempo.
Quem dá a dica é o professor Thiago Nicol, do mesmo curso preparatório:
— A melhor sugestão que daria ao candidato é que ele foque em concursos da mesma área, já que as disciplinas costumam ser as mesmas.
Concentre-se em concursos do Judiciário ou em seleções do Legislativo, de modo a facilitar justamente o foco nos estudos e o aproveitamento de boa parte do mesmo conteúdo.
Nicol, orienta o concurseiro sobre como escolher de quais processos seletivos participar no ano que vem:
— O candidato deve pesquisar sobre os cargos que pleiteia e suas atribuições no dia a dia. Havendo identificação, em segunda instância, deve estar por dentro das matérias cobradas nos últimos editais.
Informações necessárias
Vale ainda se informar sobre o local de trabalho, os benefícios concedidos além do salário, o número de postos oferecidos e a relação candidato-vaga de concursos anteriores, além de observar bem a estrutura de provas.
Antes de fazer a inscrição, o candidato também deve prestar atenção a pontos específicos do edital: ver se tem o nível de escolaridade exigido no concurso, observar se tem aptidão ou não para desempenhar as atribuições da carreira de interesse, verificar quanto tempo de estudo terá até a prova e avaliar se será suficiente para conseguir uma boa preparação.
Preparação mental e acadêmica
Muita competitividade e a demora em abertura de novos certames aumenta a ansiedade e a preocupação dos concurseiros com o resultado dos certames. A organização acadêmica é ponto-chave para um bom desempenho na prova e aumentar as chances de aprovação e, além da leitura cuidadosa dos editais, demanda disciplina e atenção, conforme explica Ricardo Baronowski, coordenador dos cursos preparatórios Q Concursos e Damásio.
— Ele tem que saber se organizar, ter um material de qualidade, fazer anotações, ter um bom material em PDF e conhecer um bom curso. Não existe autodidatismo quando se fala em estudos para concurso. O maior erro é ele achar que consegue seguir o caminho sozinho — explica.
Apesar da preparação de véspera, com os famosos aulões de revisão, ele destaca que é importante reservar um tempo para descanso durante a trajetória, bem como um cuidado com o corpo e uma rotina de atividades físicas. Baronowski aponta que, com a alta taxa de cobrança de familiares e a autocobrança, muitos concurseiros podem chegar a um nível de esgotamento mental, o burnout.
Por isso, especialistas ressaltam que, tão importante quanto a dedicação nos estudos, buscar acompanhamento psicossocial e estar atento às próprias limitações. Juliana Gebrim, psicóloga especializada em concursos públicos, explica que os concurseiros, muitas vezes, são entendidos como “anti-frágeis”, pessoas que não sucumbem ao estresse. E, no caso de concursos, muitas vezes ele sequer tem prazo de realização, por se tratar de um investimento a longo prazo.
Na preparação interna, segundo Juliana, o concurseiro tem que se atentar a dois fatores principais: identificar se, em comparação com o rendimento anterior, ele tem algum quadro emocional que pode vir a prejudicar durante o período de estudo, como TDAH, ansiedade, depressão, questões familiares; e perceber se está aplicando o método de estudo mais adequado para suas necessidades e seu perfil de aprendizado. Além da preparação psicológica, ele deve se ater aos cuidados de base, fundamentais para incentivar a memorização.
— Pesquisas na neurociência falam que, se não dormir direito, a pessoa não vai memorizar e aprender na mesma intensidade. Também tem a alimentação, que quando ingerir comidas muito inflamatórias, vai ter dificuldade no raciocínio. E a atividade física, que auxilia na diminuição do quadro de ansiedade, aumenta o potencial de concentração e faz uma regulação emocional — explica.
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FONTE: Folha Max








