Preso por promover o bloqueio de rodovias em Mato Grosso, após ter ateado fogo em pneus, o engenheiro agrônomo Kaio Furlan Andreasse pediu para ser transferido para o Corpo de Bombeiros de Sinop, ou ser monitorado com tornozeleira eletrônica. O requerimento foi feito por sua defesa, junto à Justiça Federal, que irá decidir se o mantém ou não na Penitenciária Dr. Osvaldo Florentino Leite Ferreira (Presídio Ferrugem).
Kaio Furlan Andreasse foi preso no dia 9 de janeiro, por ter envolvimento na queima de pneus para bloquear a BR-163, no quilômetro 819, em Sinop (500 km de Cuiabá). O mato-grossense foi flagrado descarregando o material, que seria transportado até o local para serem incendiados logo após os ataques aos prédios dos Três Poderes em Brasília, no dia 8 deste mês.
No pedido, os advogados do engenheiro apontam que a Penitenciária não possui cela especial e não tem condições de atender o suspeito, pedindo para que ele seja transferido para o Quarto Batalhão de Bombeiros do município. A defesa pediu ainda que seja considerada a possibilidade de libertar Kaio Furlan Andreasse, com o uso de tornozeleira eletrônica.
A defesa do engenheiro alega ainda que Kaio seria o único responsável pelos cuidados de sua mãe, que mora em outro estado, e estaria internada sob cuidados médicos. Além disso, os advogados ressaltaram que Kaio é réu primário, com bons antecedentes criminais e trabalho e residência fixa para a concessão da custódia antecipada.
Entenda
No mesmo dia dos ataques em Brasília, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) bloquearam trechos da BR-163 em Mato Grosso e atearam fogo em pneus e também em uma ponte que liga as cidades de Lucas do Rio Verde e Sorriso. Conforme registro de ocorrência, da Polícia Rodovia Federal (PRF), a prisão foi feita no km 819 da BR163, onde foram flagradas cerca de seis pessoas descarregando e ateando fogo em pneus, para alimentar as chamas que bloquearam a rodovia.
A caminhonete onde eram transportados os pneus é de propriedade de Kaio, que também participava ativamente do ato golpista. Kaio foi preso em flagrante pela PRF no momento em ajudava os demais a descarregarem os pneus. Na decisão de prisão, o juiz federal Jeferson Schneider, da 5ª Vara Federal de Mato Grosso, classifica que “Kaio agiu de forma organizada e premeditadamente, associando-se criminosamente com outros indivíduos para atear fogo em rodovias federais e interromper o tráfego de veículos, causar caos e assim promover um atentado ao Estado democrático de direito, que justifica a prisão em flagrante”.
A decisão enfatizou fortes indícios de que os delitos foram motivados pela insatisfação do acusado com o resultado das eleições presidenciais e sua reversão de modo antidemocrático, pois a obstrução da estrada federal ocorreu no mesmo dia em que o Palácio do Planalto.
Kaio permanece preso e deve responder pelos crimes de atentado contra a segurança ou outro meio de transporte, e abolição violenta do estado antidemocrático de direito. A caminhonete do suspeito também foi apreendida.
FONTE: Folha Max
