O cuiabano Diego Marcelo de Campos, de 34 anos, que mora no interior de São Paulo, está desaparecido desde a noite de sexta-feira (27), e a família procura por qualquer informação que leve ao seu paradeiro.
Diego sofreu uma tentativa de homicídio após um desentendimento com o sócio, recebeu atendimento médico, mas desapareceu depois de comprar uma passagem para deixar o Município de Américo de Campos (a 147 km da Capital), onde estava morando.
Segundo a irmã do comerciante, Jaqueliny de Campos, Diego vive no Estado de São Paulo há cerca de 7 anos e recentemente estava montando um negócio com um amigo em Américo de Campos.
“Ele saiu de Cuiabá e foi trabalhar em seringueiras, mas agora trabalhava nessa região. Foi morar com o amigo […] para tocar um bar”, disse Jaqueliny.
Os dois alugaram um espaço e viviam no mesmo terreno. Seu sócio, de 36 anos, e a companheira dele, de 14, moravam em uma residência na frente, e aos fundos ficava a casa de Diego.
Arquivo pessoal
Diego estava montando um bar com um amigo
Conforme informações de pessoas que preferiram não se identificar, os dois amigos e sócios teriam tido um desentendimento por causa da adolescente.
“A menina contou para o marido que meu irmão estava dando em cima dela e tinha passado a mão nas nádegas dela”, afirmou.
“A história que a gente sabe é que ele [o sócio] pegou meu irmão de surpresa, foi para socar o facão no pescoço só que pegou no braço. Meu irmão tomou 15 pontos”.
“A moça que socorreu o meu irmão falou que ele estava muito assustado, descalço, ensanguentado, que estava com a pele aberta e parecia até que ia ter que fazer enxerto, porque o ferimento era muito profundo”.
Segundo testemunhas, Diego teria sido emboscado pelo sócio, que o esperava atrás da porta da sua casa quando ele foi buscar os seus pertences. Diego havia vendido seus móveis para um pregão, já que havia decidido se mudar de cidade.
Após o ataque, o cuiabano foi atendido no Hospital da cidade, levou 15 pontos e recebeu alta. De lá, no período da noite, ele comprou a passagem na rodoviária de Votuporanga. Porém só havia ônibus para o dia seguinte, na noite de sábado (28).
Diego, no entanto, nunca embarcou nesse ônibus e desde então está desaparecido.
Versão desencontrada e fakes
O sócio de Diego entrou em contato com Jaqueliny depois que ela divulgou o desaparecimento do irmão nas redes sociais.
Ele apresentou uma versão distinta da que circula pela vila onde eles moravam.
Segundo o sócio, houve o desentendimento após Diego “mexer com a sua mulher”. O homem o teria chamado para conversar, mas sido agredido por Diego, conforme a versão do sócio.
Minha mãe está há dois dias só chorando e sem comer. Não sei como vou falar para ela que eu tenho sair daqui e ir com ela lá
“Ele disse que meu irmão se alterou, agrediu ele, e ele estava com uma faca na cintura e no susto riscou o braço do meu irmão. Mas que meu irmão estava bem e ia embora. Depois falou que meu irmão o roubou”. Segundo Jaqueliny, o sócio falou ainda que Diego lhe furtou um aparelho de som.
O proprietário do pregão, no entanto, informou à família que apenas comprou uma geladeira e um botijão que pertenciam à vítima, e não um aparelho de som.
A Polícia Civil do Município afirmou que há um boletim de ocorrência em que Diego consta como vítima de uma tentativa de homicídio. Mas, a princípio, não há nenhum em que ele conste como suspeito de algum crime.
Nos últimos dias tem circulado nas redes uma montagem com uma suposta conversa de Diego com a esposa de seu sócio e as fotos dele com a legenda: “Tarado”. Nela, supostamente, Diego ameaça a jovem caso ela conte sobre as investidas.
A irmã da vítima afirma que o jeito de escrever é diferente do irmão, e que depois do ataque, Diego já estava incomunicável.
Além dessa publicação, Jaqueliny tem recebido informações desencontradas de supostos paradeiros do irmão. “Como é possível que ele esteja em três cidades diferentes ao mesmo tempo. Não sei se é para despistar”.
Distância e descaso
Jaqueliny foi orientada a registrar um boletim de ocorrência em São Paulo, uma vez que o contato com a delegacia do Município tem sido difícil e não tem surtido efeito.
“Teria que sair um familiar daqui para ir lá, mas a gente não tem condições financeiras. Minha mãe está há dois dias só chorando e sem comer. Não sei como vou falar para ela que eu tenho sair daqui e ir com ela lá”.
“Meu irmão não ia ficar sem dar notícias. E independente do que aconteceu, se o meu irmão errou, se é culpado ou inocente, a gente quer encontrar o meu irmão. Ele tem família, não pode acabar como indigente”, afirmou.
FONTE: Midia News