A Mocidade Alegre é a grande campeã do carnaval 2023 de São Paulo. A Mancha Verde ficou na segunda colocação, e a Império de Casa Verde, em terceiro lugar. A escola conquistou seu 11º título e, ao lado da Nenê de Vila Matilde, se torna a segunda escola com mais vitórias ao longo da história do carnaval paulista, atrás apenas da Vai-Vai.
A presidente da Mocidade, Solange Cruz, agradeceu o empenho da escola em seu discurso na quadra. “Não tenho nem palavras. Sabem que falo pra caramba, mas hoje não tenho palavras, somente gratidão a cada um de vocês que se doaram. Chegaram campeões e saíram campeões. Três anos batendo na grade, mas neste ano deu certo. A vitória vem da luta, a luta vem da força e a força, da união.”
Em 2020, a escola ficou em terceiro lugar e, em 2022, em segundo. Em 2021, não houve desfile em São Paulo por conta da pandemia de Covid-19.
A campeã foi a quarta escola a entrar na Avenida no sábado (18), com o enredo “Yasuke”, imigrante africano que se tornou um samurai respeitado no Japão.
Aline de Oliveira, rainha de bateria da Mocidade, afirmou ao g1 que o título estava “engasgado”. “Eu estou extremamente feliz, já estou até sem voz. Esse grito de ‘campeã’ estava engasgado na nossa garganta. E é isso: nós viemos com garra, com muita força, muita união, mostrando que a nossa comunidade é capaz de fazer, cheia de essência. Vamos para cima! Nós somos campeões do carnaval 2023. Muito, muito, muito obrigada. Eu estou muito feliz, radiante, em êxtase!”
O segundo colocado, Paulo Serdan, presidente da Mancha, afirmou que o resultado foi justo. “A gente pegou um sábado com muita chuva, muito vento, complicado para dançar decentemente, mas acho que valeu. Viemos brigando até exatamente a última nota, está bom. A gente vem de uma sequência muito boa, vamos preparar próximo, vamos buscar [o título]. E foi muito justo, a Mcidade fez um grande desfile, a Império fez um grande desfile, a gente fez um grande desfile, acho que é isso que vale: disputar.”
A apuração das notas do carnaval 2023 de São Paulo aconteceu na tarde desta terça-feira (21), no Sambódromo do Anhembi, na Zona Norte, apresentada pelo locutor Antônio Pereira da Silva Neto, o Zulu, e foi acirrada, decidida no critério de desempates.
As escolas Unidos de Vila Maria e Estrela do Terceiro Milênio foram rebaixadas para o Grupo de Acesso do carnaval de São Paulo.
Não foi permitida a entrada de torcida das escolas para acompanhar a apuração e cada uma delas pôde levar até dez representantes.
Nenhuma escola do Grupo Especial recebeu punição neste ano. Na tarde de segunda (20), a Liga das Escolas de Samba de São Paulo definiu a ordem que as notas dos quesitos serão reveladas. Ao todo, são nove quesitos e quatro jurados para cada um dos deles. Neste ano, os jurados podem dar notas de 8 a 10.
Para o desfile das campeãs, classificam-se as cinco primeiras colocadas do Grupo Especial, as duas primeiras colocadas do Acesso 1 e a primeira do Acesso 2. O desfile das campeãs acontece neste sábado (25).
São nove quesitos:
Harmonia: Analisa se os componentes da escola estão integrados, cantando o samba conforme o ritmo da bateria e fazendo as coreografias corretamente.
Bateria: Avalia o desempenho dos ritmistas e dos mestres de bateria acompanhando o samba-enredo. Além de alguns instrumentos obrigatórios, é importante que tudo esteja afinado.
Enredo: Nesse quesito é considerado se o tema está sendo bem contado na avenida, com a ajuda das alas e alegorias, e se o jurado e o público conseguem fazer uma leitura fácil da apresentação.
Alegoria: Julga os carros alegóricos: a beleza e a relação com o enredo.
Evolução: Julga a forma como a escola passa pela avenida, sem deixar buracos e sem correr para cumprir o tempo do desfile.
Samba-Enredo: O jurado deve considerar se a letra do samba transmite o enredo proposto pela escola. Já a melodia deve provocar nos componentes a vontade de evoluir, dançar e cantar.
Comissão de frente: A coreografia conta com alguns movimentos obrigatórios, como a saudação ao público e a apresentação da escola. Jurados também dão nota para a fantasia.
Mestre-Sala e Porta-Bandeira: Considera-se o entrosamento dos dois na coreografia, a graciosidade dos movimentos e, também, as fantasias.
Fantasia: Avalia a beleza e o significado das fantasias desfiladas. Os jurados também podem se atentar a detalhes e ao acabamento.
Os critérios de desempate foram:
Contabilizar todas as notas descartadas de todos os quesitos;
Mantido o empate, a avaliação começa pelo quesito fantasia, mestre-sala e porta-bandeira, samba, evolução, alegoria, enredo, bateria e harmonia.
FONTE: Folha Max