Apesar de muito comentada e atingir mulheres de todas as idades, a endometriose ainda é uma doença pouco compreendida. Conforme a ginecologista e obstetra Cristiane Barros, a média estimada do tempo entre o início dos sintomas referidos pelas pacientes até o diagnóstico definitivo é de aproximadamente 7 anos.
A médica pontuou que a doença atinge de 5% e 10% da população feminina em idade reprodutiva. As causas podem ser várias, entre eles o refluxo menstrual para cavidade abdominal, fatores imunológicos e genéticos.
A doença tem 3 classificações, a endometriose peritoneal superficial, a de ovário ou endometrioma e a endometriose profunda. Os sintomas se manifestam por dor durante a menstruação, dor pélvica crônica ou dor esporádica durante a relação sexual, alterações intestinais cíclicas, distensão abdominal, sangramento nas fezes, constipação, dor anal, alterações urinárias e infertilidade.
Com tratamentos indicados, as dores e sintomas podem ser aliviados com o uso contraceptivos hormonais ou até mesmo com cirurgia para retirada dos focos da endometriose.
“O tratamento clínico é eficaz no controle da dor pélvica e deve ser o tratamento de escolha na ausência de indicações absolutas para cirurgia, o objetivo do tratamento é o alívio dos sintomas álgicos e a melhora da qualidade de vida, não se esperando diminuição das lesões nem cura da doença, mas sim o controle do quadro clínico”, explicou a profissional.
Ainda segundo a médica, apesar de existir uma grande associação da doença com a infertilidade, existem tratamentos assistidos ou até cirurgia e técnicas de reprodução que podem ser oferecidos para o tratamento dos casais na tentativa de preservar a fertilidade ou oferecer possibilidade de reprodução.
Por esse motivo, ela pontua que é de extrema necessidade a frequência das consultas ginecológicas para o médico reconhecer um diagnóstico precoce.
“Eu recomendo que todas as mulheres façam seus exames de rotina anual e sempre converse com seu ginecologista sobre dúvidas e sintomas existentes, o diagnóstico precoce pode mudar a história reprodutiva da paciente e melhorar a qualidade de vida. Eu costumo dizer que o seu médico é o seu amigo, você entrar no consultório não pode ter receio de dizer qualquer tipo de assunto, desde dores durante a relação sexual, falta de libido e até dores para evacuar, que é um dos sintomas da endometriose”, pontuou.
FONTE: Folha Max