sexta-feira, setembro 5, 2025

Jacars so achados mortos com marcas de tiro

 

Jacarés mortos têm sido encontrados com marcas de tiro em lagoa da Zona Oeste do Rio. O termo “safári” já é usado por biólogos que estudam a região para se referir a práticas de caças aos animais que ocorrem no lugar, incluindo capivaras. Os bichos também têm sido encontrados com anzóis na garganta. A hipótese é que eles estejam sendo caçados para consumo (leia mais abaixo).

O biólogo Mário Moscatelli denuncia que pelo menos oito jacarés foram encontrados mortos na região recentemente, em áreas da Barra da Tijuca e de Jacarepaguá, inclusive na Lago da Tijuca.

“A gente costuma dizer que isso virou um safári. Por isso, exige do poder público uma fiscalização mais sistemática e um trabalho educativo”, diz o biólogo.

Moscatelli explica que a região de lagoa passa por um processo de recuperação ambiental, e que os animais são um atrativo econômico-ambiental que poderia ser explorado para o turismo.

“Estamos passando por um processo de recuperação do sistema lagunar e esses animais são um atrativo da região. Vários países faturam milhares de dólares com esse tipo de ecoturismo e nós estamos dando este tipo de destino para essa fauna que tem resistido há décadas de degradação”, destacou Moscatelli.

Operação contra pesca ilegal

Para combater a caça, nesta terça-feira (18), a Secretaria Municipal de Meio Ambiente do Rio de Janeiro, por meio da Coordenadoria de Fiscalização Ambiental iniciou uma operação no sistema lagunar de Jacarepaguá. O objetivo é identificar e reprimir a pesca ilegal de jacarés e capivaras na região.

De acordo com as investigações, os caçadores ilegais costumam capturar os animais com armadilhas. Os agentes tentam localizar os criminosos e os equipamentos que usam. Um cemitério de barcos abandonados foi encontrado.

As autoridades também apuram denúncias de ocupação irregular de áreas de proteção ambiental às margens da Lagoa da Tijuca. A denúncia foi registrada na Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA), que também investiga o caso.

Riscos do consumo e traços de crueldade

O biólogo Mário Moscatelli afirma que as pessoas que consomem o produto de caça na região estão em risco. Segundo ele, isso se deve à degradação ambiental do hábitat dos animais.

“É fundamental que entendamos que a carne desses animais é perigosa. Quem consome esses animais está consumindo uma carne com toxinas que existem no sistema lagunar. Além de crime, quem está consumindo está se intoxicando”, disse Moscatelli.

Crueldade na caça

O biólogo afirma ainda que, além de os animais estarem expostos às toxinas, são mortos com crueldade.

“As pessoas usam uma garateia, que é um tipo de anzol múltiplo, colocam um pedaço de carne… O animal morde e, como ele é muito grande, ele consegue fugir, mas acaba morrendo com o anzol na garganta”, afirmou Mário Moscatelli.

Ele também ressalta que, apesar da impressão de que locais como o Canal das Taxas possuem muitos jacarés, isso não é uma realidade. E que o crescimento urbano desordenado impulsionou a morte de animais.

FONTE: Folha Max

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