Advogado da viúva de PM buscará condenação e demissão de PC: ‘Suja a corporação’

 

O advogado Rodrigo Pouso Miranda, contratado pela família do cabo da Polícia Militar, Thiago de Souza Ruiz, de 36 anos, morto a tiros pelo investigador da Polícia Civil, Mário Wilson Vieira da Silva Gonçalves, de 40 ano, descartou que houve legítima defesa por parte do investigador e disse que vai buscar que ele seja condenado nas esferas civil, criminal e administrativa. 

A tese de legítima defesa foi alegada pelo advogado criminalista, Ricardo Monteiro, responsável pela defesa do investigador. Em entrevista ao Programa do Pop, da TV Cidade Verde, o jurista argumentou que as imagens da briga antes do assassinato “comprovam” a versão de seu cliente, de que vítima estava armada e quando Mário identificou isso, o desarmou e guardou o objeto.

“Na sequência a pessoa [Thiago] avançou sobre ele tentado reaver a arma. Eles entraram em luta corporal e ai ocorreram os disparos. Ele estava no instinto, a pessoa embriagada e quando Mário identificou que a vítima estava armada, no papel de policia ele tem, ele tem que desarmar essa pessoa . Ele nem conhece essa pessoa, essa pessoa estava mostrando [a cicatriz]  que foi quando ele tomou a iniciativa de tirar a arma”, declarou o advogado Ricardo Monteiro nesta sexta-feira (28).

Pouso, que atuará como assistente da acusação no processo que envolve a morte do policial militar, também foi entrevistado pela emissora e afirmou que a tese de legítima defesa não cabe na situação porque quem deu causa à confusão que terminou em homicídio, foi o próprio autor do fato, ou seja, o investigador Mário Wilson.  Além disso, Pouso revelou que os policiais foram apresentados anteriormente por outro advogado, inclusive, com o cabo sendo chamado de “policial de bosta” por Mário, conforme consta no relato de uma testemunha ouvida pela Políicia Civil. 

 

“Para qualquer estudante de direito, que faça até o terceiro semestre, sabe que não cabe porque o autor do fato deu a iniciativa de tirar a arma, tirou a arma da vítima e não se sabe o que ele queria com a arma. Ele não pode alegar legitima defesa. Ele cometeu um homicídio por motivo fútil e impossibilitou a defesa da vitima. Legitima defesa é quando você sofre uma injusta agressão. Qual injusta agressão ele sofreu por parte do Thiago? Nenhuma”, argumentou Rodrigo Pouso.

Na tarde desta sexta-feira, o investigador passará pela audiência de custódia. Pouso afirmou que participará e junto com o Ministério Público irá pedir a conversão do flagrante em prisão preventiva. Além disso, antecipou que fará de tudo para que o acusado seja condenado em todas as esferas bem como seja alvo de Processo Administrativo Disciplinar (PAD) a ser aberto na Polícia Civil para ser demitido da instituição. 

“A intenção da defesa é essa, buscar a condenação dele penal, administrativa com a expulsão dele da corporação porque um ato dessa suja a corporação em si. É um ato isolado, temos ótimos policiais, mas esse ato de um policial falar que tem preparo e fazer isso ai, tirar a arma de um policial militar e alveja-lo com cinco disparos . Vamos buscar uma reparação civil”, finalizou. 

FONTE: Folha Max

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