O delegado da Polícia Judiciária Civil (PJC), Raphael Diniz Garcia, é réu no Poder Judiciário de Mato Grosso depois de um mandado de busca e apreensão em sua então residência no ano de 2017, no município de Primavera do Leste (236 Km de Cuiabá), flagrá-lo com granadas e drogas. A decisão que tornou o delegado réu é do juiz titular da Vara Criminal de Primavera do Leste, Alexandre Delicato Pampado, que aceitou a denúncia do Ministério Público do Estado (MPMT) em outubro de 2022.
Nos autos, o MPMT revela que o delegado foi flagrado em sua residência com 81,97 gramas de cocaína, 276,29 gramas de maconha, além de 71 munições cal. .40, mais 26 munições cal. 765, bem como projéteis não utilizados de armas de fogo cal. 38, espingarda cal. 12, fuzil 762, granadas de mão, bombas de efeito moral e de gás lacrimogêneo, spray de pimenta e até mesmo uma bomba incendiária. A denúncia aponta que as apreensões ocorreram no dia 30 de outubro de 2017.
Um relatório de 2021 do Poder Judiciário de Mato Grosso aponta que Raphael Diniz Garcia possui antecedentes criminais por falsidade ideológica, denunciação caluniosa e abuso de autoridade. Atualmente, o “delegado-réu” da PJC atua em Nova Xavantina (652 Km de Cuiabá).
A defesa de Raphael Diniz Garcia alega que os materiais apreendidos pertencem à Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (DERF), e que somente estavam sob a “guarda” de Raphael. O processo revela que o delegado foi alvo da busca e apreensão pela depois de um inquérito apontar que ele formava uma quadrilha com advogados e outros policiais civis que “facilitavam” a fuga de presos.
O processo encontra-se em fase de produção de provas e só ao final, na prolação da sentença, a justiça irá decidir se Rapahel Diniz Garcia é culpado ou inocente. Uma eventual condenação poderá ter reflexos na esfera cível, incluindo a perda do cargo público.
FONTE: Folha Max
