O fechamento do Centro de Ressocialização de Cuiabá (CRC) conhecido como Presídio do Carumbé, pelo Governo do Estado, em janeiro de 2023, fez com que todos os presidiários que cumpriam pena no local fossem transferidos para a unidade Ahmenon Lemos Dantas, em Várzea Grande. Contudo, a situação gerou um novo problema: Os detentos cuidavam de cerca de 50 gatos que ficaram abandonados no prédio, que está prestes a ser demolido.
De acordo com a ativista da causa animal, Ivone da Costa Galindo, presidente da Organização de Proteção Animal de Mato Grosso (Opaa), os detentos cuidavam, alimentavam, davam carinho e atenção aos felinos, que continuam na antiga penitenciária, abandonados.
“Os gatos ficaram sem seus donos, completamente perdidos. Alguns já estão indo para as ruas, e que a gente sabe, pelo menos quatro morreram atropelados”, explicou ela.
Ivone enfatizou que os bichanos não são gatos de rua, pois já viviam nas pendendências da unidade prisional, local que era a casa deles. A ativista afirmou que uma policial penal foi autorizada a alimentar os gatos até que o resgate pudesse ser realizado. Porém, eles ainda estão muito assustados e se escondem de pessoas estranhas ao covivio deles durante as tentativas de captura. Nesse caso, é preciso um tempo maior para conseguir resgatar todos os animais.
“São gatos que foram criados ali, muitos nasceram lá. Eles eram dos presidiários. Os presidiários cuidavam dos gatos. Inclusive dormiam com eles. Tiveram algumas pessoas que saíram do presídio chorando porque não puderam levar os pets”, contou.
A ativista ainda relatou que não são todos os dias que o presídio é aberto para que os animais recebam os cuidados necessários e os animais estão ficando sem água ou comida. “Estamos tentando conseguir a chave do local para duas coisas: Para levar ração nos dias que eles não abrirem e outras para continuar com a captura dos gatos, que estão assustados. Eles estão ariscos, porque ali é a casa deles”, explicou.
Até o momento, cerca de 26 anos foram retirados do prédio. Por se tratar de patrimônio público, Ivone Galindo conseguiu junto à Secretaria de Estado de Segurança Pública e também o Poder Judiciário, as chaves do antigo presídio para conseguir retirar os felinos do local, pois o local será demolido e ela temia que os felinos que ainda precisam ser retirados no local. No entanto, ainda não há uma data confirmada para a demolição das estruturas.
AJUDA E ADOÇÃO
Em conversa com o FOLHAMAX, Ivone explicou que antes de resgatar os gatos que viviam no presídio, já tinham cerca de 200 animais no abrigo que ela mantém com recursos próprios e de algumas doações de amigos e conhecidos. Agora, com a chegada de mais 50 bichanos, as despesas vão aumentar e até a estrutura precisará passar por adaptações e ampliação.
Dessa forma, ela pede à população interessada em adotar um gatinho que entre em contato com ela para agendar uma visita. Ou então, quem não puder adotar por falta de espaço ou por outro motivo, pode ser padrinho ou madrinha dos gatinhos que vivem no abrigo.
“A gente cuida sozinha, sem qualquer ajuda do poder público. Temos muitas despesas com ração, com vacinação anual (média R$ 70 cada vacina) para todos os gatos, com castração e outros gastos. Não está nada fácil cuidar de tantos animais sem uma ajuda financeira do poder público, por isso precisamos de toda e qualquer ajuda e contribuiões de pessoas dispostas a apadrinhar um gatinho e praticar a adoção conscience”, diz Ivone.
Procurada pela FOLHAMAX, a Secretaria de Estado de Segurança Pública, responsável pela administração do sistema penitenciário, divulgou nota afirmando que está providenciando a retirada dos felinos.
Confira na íntegra:
A Secretaria Adjunta de Administração Penitenciária(SAAP) informa que, em função da desativação do Centro de Ressocialização de Cuiabá(CRC), encaminhou ofício ao Centro de Controle de Zoonose de Cuiabá solicitando o recolhimentos do animais por não haver setor adequado para receber os felinos na unidade para qual os reeducandos foram transferidos. Sem obter resposta, a SAAP firmou parceria com a OPAA (organização não-governamental de proteção animal), medida que possibilitou o recolhimento inicial de 28 gatos e deve prosseguir com ações similares gradativas.
Nesta sexta-feira(05.05), uma equipe da SAAP acompanhou a vistoria do Juizado Volante Ambiental na área da extinta unidade prisional. Além dessa ação in loco, a administração penitenciária informou ao Juizado sobre as medidas adotadas visando a proteção dos animais.
COMO AJUDAR
Para doações, é possível tranferir via PIX para o CNPJ da Associação Oppa no: 18 063 285 0001 75
Contato – (65) 9 9641-0879
FONTE: Folha Max







