Na véspera do Dia das Mães, cariocas que perderam filhos para violência se reúnem e pedem justiça


Evento é a nona edição do Levante Antirracista das Mães de Manguinhos, um ato em memória das vítimas da violência. Na véspera do Dia das Mães, cariocas que perderam os filhos para a violência se reúnem e pedem justiça
Cariocas que perderam seus filhos para a violência do Rio de Janeiro realizaram um ato neste sábado (13) pedindo justiça para casos que ainda não foram solucionados. Elas citaram a dificuldade em passar o Dia das Mães sem seus filhos.
O evento é a nona edição do Levante Antirracista das Mães de Manguinhos, um ato em memória das vítimas da violência.
O encontro tem apoio jurídico e disponibilização de serviços como a possibilidade de fazer agendamento para tirar identidade. Veja, a seguir, a história de algumas mães que participaram do ato.
Johnatha de Oliveira
Ana Paula de Oliveira é mãe de Johnatha de Oliveira Lima, jovem de 19 anos que morreu durante um tiroteio entre policiais e bandidos em Manguinhos, na Zona Norte do Rio, há nove anos.
“Amanhã [Dia das Mães], é mais um dia de dor. Um dia quando a saudade aperta. Todos os dias eu tento aprender com essa saudade e com a dor da injustiça. O sistema de Justiça no Brasil é falho, lento, preconceituoso e racista”, disse Ana Paula.
O policial militar Alessandro Marcelino de Souza responde na Justiça por homicídio. O caso vai a júri popular, mas ainda sem data definida.
Marcus Vinicius
Marcus Vinícius morreu após ser baleado no conjunto de favelas da Maré
Reprodução
Bruna Silva é mãe de Marcus Vinícius da Silva, de 14 anos, que morreu baleado durante uma operação da Polícia Civil e do Exército na Comunidade da Maré em 2018. O menino estava indo para a escola quando foi atingido.
Bruna trabalhava na época como doméstica em Copacabana, na Zona Sul do Rio, e teve que pedir demissão por não conseguir se dedicar às funções do trabalho depois da morte do filho.
“Há cinco anos eu me lancei na luta. Se não fosse a luta, eu já poderia ter sido adoecido ou até morta. São cinco anos sem respostas, que o inquérito do meu filho não vira um processo. São cinco anos que meu filho foi assassinado por um agente público do Estado”, afirmou Bruna Silva.
A Polícia Civil disse que as investigações de todos os casos estão em andamento.

FONTE: Lapada Lapada

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