A Segunda Câmara Criminal do Tribunal de Justiça (TJMT) manteve a prisão de Valdelírio Krug, dono de uma revenda de carros em Sorriso (420 Km de Cuiabá), supostamente utilizada para a lavagem de dinheiro obtido da “venda” de agrotóxicos roubados. Ele é um dos alvos da operação “Xeque-Mate”, deflagrada pela Polícia Judiciária Civil (PJC) em novembro de 2022, que revelou o esquema.
Os magistrados seguiram o voto do desembargador José Zuquim Nogueira, relator de um habeas corpus ingressado pela defesa de Valdelírio Krug, que também representa o atendente de farmácia Danilo Pereira de Lima, outro alvo da operação “Xeque-Mate”. Ambos tiveram o pedido de liberdade negado.
A sessão de julgamento ocorreu na manhã desta quarta-feira (7). A defesa dos réus alegou “excesso de prazo” para a prisão, apontando um suposto atraso no trâmite processual, que ainda depende da citação de um dos réus para responder às acusações.
O desembargador José Zuquim Nogueira, entretanto, explicou que trata-se de um “caso complexo”, que envolve oito suspeitos, e que uma eventual “demora” para a realização da audiência de instrução e julgamento é justificada. O magistrado, entretanto, recomendou que o juiz da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Jean Garcia de Freitas Bezerra (1ª instância), promova a “cisão” do processo em relação ao réu que ainda não foi citado nos autos para responder às acusações.
Segundo informações da PJC, os alvos da operação “Xeque Mate” são suspeitos de crimes de associação criminosa, receptação qualificada e lavagem de capitais, movimentando quantias equivalentes a R$ 70 milhões. Foram presos na operação João Nassif Massufero Izar, David dos Santos Nascimento, Danilo Pereira Lima, Vadelírio Krug, Viviane Menegazzi, Cassiane Reis Mercadante e Rodrigo Calca.
Estão foragidos Sandoval de Almeida Júnior, Ângelo Marcosi da Cunha e Mauri Moreira Silva. A apuração realizada pela Delegacia de Sorriso identificou que a associação criminosa armada possuía um líder que agia em diversas frentes, especialmente na receptação de agrotóxicos e de cargas de grãos roubados.
O bando também atuava na lavagem de dinheiro de crimes de diversas naturezas. A investigação apurou ainda que os agrotóxicos eram comprados de diversas associações criminosas especializadas neste tipo de atividade e que eram posteriormente revendidos a outros receptadores, que figuravam como “consumidores finais”.
Outra atividade utilizada pelo grupo criminoso para diluir o dinheiro angariado com as atividades ilícitas era a compra e venda de jóias, oferecidas a traficantes de drogas.
FONTE: Folha Max







