A 7ª Vara Criminal de Cuiabá manteve a prisão de 7 pessoas que fariam parte do “Comando Vermelho”, atuando na região de Primavera do Leste (236 Km de Cuiabá). No grupo, esta a advogada Sandy Nagela Andrade Cedro, que também faria parte da organização criminosa, e que teria repassado aos comparsas nomes de pessoas que teriam colaborado com investigações contra a facção. Posteriormente, segundo diálogos interceptados pela polícia, eles seriam punidos com “salves” (tortura).
Em decisão da última segunda-feira (10), o juiz manteve as prisões de Wisley Barbosa Itacaramby, Roberto Terra Oliveira, Natalia Brito Borges, Emerson Miranda Dos Santos, Adriana Inácio Barboza, Rodolpho Oliveira Venzon, além de Sandry Nagela Andrade Cedro. Os autos revelam que num diálogo travado entre a advogada e Roberto Terra de Oliveira – outro faccionado, conhecido como “Isaque” e “Davi” -, ela revelou que teve acesso aos nomes das pessoas que “caguetaram” os crimes do Comando Vermelho.
“Os ‘nomes’ seriam referentes aos ‘caguetas’, que possivelmente colaboraram com informações a respeito do crime de roubo para as forças policiais, tendo sido identificados pela Organização Criminosa para eventual aplicação de ação/sanção disciplinar (‘salve’)”, diz trecho da decisão.
Uma outra suposta faccionada, identificada como Loyanne Cardoso de Souza, a “Problemática”, teve melhor sorte do que os comparsas e conseguiu a prisão domiciliar, com uso de tornozeleira. O juiz concedeu o benefício em razão da suspeita ser mãe de um menor de 12 anos.
ALTER EGO
A operação “Retomada – Alter Ego”, foi deflagrada pela Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf), de Primavera do Leste, e cumpriu 244 ordens judiciais, entre mandados de prisão e busca e apreensão, cujos alvos são supostos integrantes do Comando Vermelho. As diligências foram realizadas em dezembro de 2022.
A PJC suspeita que o grupo estaria por trás de tráfico de drogas, furtos, roubos e homicídios, na região de Primavera do Leste, bem como em cidades como Paranatinga, Rondonópolis e Cuiabá. As investigações que culminaram na operação tiveram início na Derf e também na Delegacia de Repressão a Ações Criminosas Organizadas de Goiás, que prendeu o criminoso apontado como líder do bando que agia na região de Primavera do Leste.
Até o momento, 14 processos derivados da operação “Retomada – Alter Ego” tramitam no Poder Judiciário de Mato Grosso.
FONTE: Folha Max