O juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, negou novo recurso e manteve decisão que proibiu a transferência do criminoso Sandro Silva Rabelo, o “Sandro Louco”, do Raio 8 da Penitenciária Central do Estado (PCE), para uma cela convencional.
O Raio 8 da PCE funciona como uma espécie de “solitária”. Os presos ficam recolhidos em cela individual e têm direito a banho de sol de duas horas diárias.
A decisão foi publicada nesta quarta-feira (20).
No novo recurso, a defesa alegou “omissão” na primeira decisão dada pelo magistrado no mês passado, em que negou a transferência da cela.
Segundo a defesa, o juiz não esclareceu por qual período de tempo o acusado será submetido ao “regime de isolamento” e, ainda, se nesse período haveria reavaliações sobre a permanência dele no local.
Na decisão, o magistrado afirmou a questão sequer foi objeto do pedido anterior, “e, por consectário lógico, não houve manifestação judicial sobre o período de permanência no Raio 8 ou prazo para reavaliação da necessidade desta permanência, pelo que não há falar em omissão”.
“Assim, a decisão foi clara ao rejeitar as teses suscitadas e indeferir o pedido de transferência do réu para uma das celas convencionais”, escreveu o juiz.
Histórico
Um dos líderes da maior facção de Mato Grosso, “Sandro Louco” tem condenações que passam de 200 anos de reclusão pela prática dos crimes de desacato, falsificação, roubo, homicídio, latrocínio, sequestro e cárcere privado e posse ou porte de arma de fogo.
Ele foi preso pela primeira vez no ano 2000, após assaltar um banco em Várzea Grande, mas conseguiu fugir no mesmo ano.
Posteriormente, saiu da cadeia pela porta da frente e ainda levou as armas dos policiais que faziam a guarda.
Ao ser recapturado e encaminhado para o Centro de Ressocialização de Cuiabá (CRC), escapou novamente.
A nova prisão aconteceu apenas em fevereiro de 2002, quando foi levado para a PCE.
Em 2003, Sandro foi transferido para o Presídio Major Eldo Sá Corrêa (Mata Grande), em Rondonópolis (a 212 km de Cuiabá), e novamente conseguiu fugir.
A última prisão ocorreu no ano de 2005. Ele ficou cerca de 6 meses em uma unidade prisional de São Paulo.
Ao voltar para Mato Grosso, foi levado para Água Boa (a 730 km ao leste da Capital), onde liderou a rebelião em que cometeu um assassinato.
Ele foi transferido para a unidade de segurança máxima em Catanduvas (PR) no início do ano de 2007 e depois para presídio federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte.
Em 2012, retornou a PCE e, em 2016, foi enviado novamente para Catanduvas. Em 2019, retornou de novo para a PCE.
FONTE: Midia News