O senador Jayme Campos (UB) denunciou no último dia 13 a suposta existência de uma “máfia” para exportação de carne bovina brasileira para China através dos maiores figoríficos do país. Para ele, três grupos econômicos monopolizam o segmento “matando” os pecuaristas.
Durante reunião no Congresso Nacional, Jayme questionou as concessões para frigoríficos dadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que é comando pelo senador licenciado Carlos Fávaro (PSD). Jaime exemplificou como ilegal o credenciamento da unidade da JBS-Friboi na cidade de Diamantino, em Mato Grosso, que está fechada após sofrer um incêndio de grandes proporções.
O parlamentar alertou que os três grupos comandam as exportações de carne para o maior mercado consumidor da Ásia. “Para matar o pantaneiro e todos nós pecuaristas, montaram uma máfia, o cartel da carne no Brasil, uma verdadeira quadrilha que se instalou no país. Hoje, 80% do mercado da carne brasileira está concentrado na mão de três empresas nacionais que não irei citar os nomes aqui porque todo mundo sabe”, detonou.
Ainda durante sua fala, Jayme Campos denunciou ao líder do Governo Federal, senador Jaques Wagner (PT-BA), que um frigorifico da empresa JBS-Friboi, que pegou fogo em Diamantino em junho deste ano, consta na lista enviada aos chineses ainda que não exerça atividades. “Vou fazer uma denúncia ao senhor líder do Governo, senador Jacques Vagner. Nessa nova habilitação dos frigoríficos, que foi encaminhada à China, foi feita a maior lambança que se pode. Para se ter uma noção, na lista que enviaram, no número de classificação 3000, é um número que não existe. Está queimado e pegou fogo. Como se habilita um frigorifico que está sem nenhuma atividade? Está fechado”, denunciou.
Frigorífico que pegou fogo em Diamantino
Recentemente, o também senador Omar Azis (PSD-AM) criticou representantes do setor do agronegócio durante um evento de empresários do grupo LIDE Brasilía, no dia 29 de agosto. Em sua visão, o Brasil estaria quebrando com a exportação de grãos e carne para a China. “Essas grandes empresas, grandes frigoríficos que exportam, colocam o preço que querem. Virou um verdadeiro cartel, monopólio do agronegócio brasileiro, mas você vê no Congresso um monte de gente defendendo”, comentou Aziz.
INTERESSE PESSOAL
Na visão de Jayme Campo, há certo “favorecimento pessoal” de Carlos Fávaro, que comanda o Ministério da Agricultura. Vale destacar que a crítica serve pano de fundo para as eleições de 2026.
Os dois podem concorrer tanto ao Governo do Estado, como para as duas vagas ao Senado. “Isso é um crime de Lesa Pátria. Nós temos que acordar. O Brasil não permite esse tipo de pilantragem. Temos que ser um país sério, de gente trabalhadora que não merece fazer o que estão fazendo na atual conjuntura. O Brasil é um dos fortes concorrentes nesse setor. Não pode prejudicar uma atividade do campo, sobretudo da pecuária por interesses pessoais”, declarou o senador.
Não é a prmeira vez que Fávaro e ligado a favorecimento pessoais. Na semana passada o jornal Estadão fez uma matéria expondo que o ministro destinou quase R$ 130 milhões em recusros para Mato Grosso, seu reduto eleitoral.
A postura teria gerado incomôdo no Palácio do Planalto e acarretou em uma “bronca” ao ministro, que pode ser rifado do staff do presidente Lula (PT) e dar lugar ao Centrão.
FONTE: Folha Max