A Comissão de Ética da Câmara Municipal de Cuiabá só consegui ouvir uma testemunha de defesa da vereadora Edna Sampaio (PT) durante sessão realizada na tarde desta quinta-feira (28). A expectativa era ouvir quatro pessoas, mas três delas simplesmente não compareceram à reunião que foi mantida mesmo diante da queda de braço entre os integrante do colegiado e a parlamentar que é acusada de operar um suposto esquema de rachadinha de R$ 20 mil em seu gabinete, se apropriando da verba indenizatória de sua ex-chefe de gabinete, Laura Natasha de Oliveira Abreu.
Com isso, os membros da Comissão só conseguiram ouvir o secretário de Orçamentos e Finanças do Legislativo Cuiabano, Fábio Barros. Das outras quatro testemunhas que deveriam ser ouvidas, duas não trabalham na Câmara de Vereadores.
A previsão era que fossem ouvidas Alice Gabriela (1ª chefe de Gabinete), Maristhela Cândida (2ª chefe de Gabinete) e Vera Araújo ex-vereadora e ex-deputada estadual e atual assessora de Edna.
A oitiva das testemunhas é essencial para que o Processo Administrativo Disciplinar (PAD) possa avançar para a elaboração do relatório final e depois ser colocado em votação no plenário. Isso porque num primeiro momento a Comissão deixou de ouvi-las e foi acionada na Justiça, resultando na suspensão temporária dos trabalhos e numa decisão favorável à petista determinando que suas quatro testemunhas de defesa sejam ouvidas no processo.
Ocorre que, de acordo com os membros da Comissão de Ética, a vereadora Edna Sampaio estaria se recusando a ser notificada para dificultar os avanços dos trabalhos numa tentativa de ganhar mais tempo, pois se o rito for “patrolado” ela terá novos elementos para voltar ao Poder Judiciário e pedir, novamente, a suspensão dos trabalhos.
Nesse contexto, o vereador Rodrigo Arruda e Sá (Cidadania), que é o presidente da Comissão, informou que as outras testemunhas indicadas pela vereadora foram procuradas para serem notificadas, mas não foram localizadas para receber as intimações.
De todo modo, os membros da Comissão de Ética pretendem elaborar o relatório final ainda nesta sexta-feira (29) para abrir o prazo de cinco dias úteis para a defesa de Edna Sampaio.
Somente após expirar o prazo da defesa da vereadora é que o processo poderá ser levado para a à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) onde receberá parecer favorável ou contrário para ser votado em plenário. A tendência é pela cassação do mandato da parlamentar.
FONTE: Folha Max