O Egito disse nesta segunda-feira que Israel não está cooperando com a entrega de ajuda a Gaza e com a retirada de portadores de passaportes estrangeiros pela única entrada que não controla totalmente, deixando centenas de toneladas de suprimentos parados.
O Cairo diz que a passagem de Rafah, uma abertura potencialmente vital para suprimentos extremamente necessários para o enclave palestino sitiado, não está oficialmente fechada, mas está inoperante devido aos ataques aéreos israelenses no lado de Gaza.
“Há uma necessidade urgente de aliviar o sofrimento dos civis palestinos em Gaza”, disse o ministro das Relações Exteriores do Egito, Sameh Shoukry, aos repórteres, acrescentando que as conversas com Israel não foram frutíferas.
“Até agora, o governo israelense não se posicionou sobre a abertura da passagem de Rafah do lado de Gaza para permitir a entrada de assistência e a saída de cidadãos de outros países.”
Mais de 2 milhões de habitantes de Gaza estão sitiados desde que Israel lançou um intenso bombardeio e bloqueio em retaliação a um ataque dos militantes islâmicos do Hamas.
No entanto, Israel negou essa informação.
“No momento, não há trégua e ajuda humanitária em Gaza em troca da retirada de estrangeiros”, disse um comunicado do gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
O representante do Hamas, Izzat El-Reshiq, disse o mesmo à Reuters.
Em Rafah, uma fonte disse que não houve bombardeios na segunda-feira e que o lado egípcio da passagem estava pronto. Shoukry disse que o Egito pretendia permitir o fluxo normal através da passagem, inclusive para os palestinos que buscavam tratamento médico ou viagens normais.
Centenas de toneladas de ajuda de ONGs e de vários países estavam esperando em caminhões na cidade egípcia vizinha de Al-Arish para que as condições permitissem a entrada em Gaza, de acordo com duas fontes e uma testemunha.
Separadamente, um vídeo da Reuters mostrou caminhões de combustível com bandeira da Organização das Nações Unidas (ONU) parecendo sair de Gaza para o Egito através da passagem Kerem Shalom, controlada por Israel.
“Reuters”
