CPI dos Atos Golpistas aprova pedido de indiciamento de Bolsonaro e mais 60 pessoas

Segundo a relatora, senadora Eliziane Gama, o 8 de janeiro foi o ato final de uma escalada de movimentos e discursos de incitação a um golpe de Estado. CPI dos atos Golpistas aprova relatório que pede indiciamento de Bolsonaro e autoridades do governo dele
No Congresso Nacional, a CPI dos Atos Golpistas aprovou o relatório que pede indiciamento de 61 pessoas, entre elas o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Foram mais de cinco meses de investigação dos ataques às sedes dos Três Poderes, em Brasília. Segundo a relatora, senadora Eliziane Gama, do PSD, o 8 de janeiro foi o ato final de uma escalada de movimentos e discursos de incitação a um golpe de Estado.
“A democracia brasileira foi atacada: massas foram manipuladas com discurso de ódio; milicianos digitais foram empregados para disseminar o medo, desqualificar adversários e promover ataques ao sistema eleitoral; forças de segurança foram cooptadas; tentou-se corromper, obstruir e anular as eleições; um golpe de Estado foi ensaiado; e, por fim, foram estimulados atos e movimentos desesperados de tomada do poder. O 8 de janeiro é obra do bolsonarismo”, afirmou.
A relatora apontou o ex-presidente Jair Bolsonaro, do PL, como líder desse movimento, e pediu o indiciamento dele pelos crimes de violência política, associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.
Cinco ex-ministros de Bolsonaro também estão na lista. Entre eles, Anderson Torres e Augusto Heleno. Outro alvo é o ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal Silvinei Vasques.
O relatório também recomendou o indiciamento de militares da cúpula da Polícia Militar do Distrito Federal e de 17 financiadores dos atos golpistas, além da deputada Carla Zambelli, do PL. Outras 105 pessoas foram citadas e, segundo Eliziane Gama, devem ser investigadas mais a fundo para possíveis pedidos de indiciamento.
CPI dos Atos Golpistas pede o indiciamento de Jair Bolsonaro e outras 60 pessoas
Antes da votação, a senadora disse que recebeu diversas ameaças depois que assumiu a relatoria da CPI.
“Eu quero solicitar aqui ao Presidente do Congresso Nacional, o senador Rodrigo Pacheco, que assegure uma proteção a mim e à minha família pelas próximas semanas, porque essas ameaças a gente não pode subestimar. São pessoas que não têm, pelo que colocam, não há dúvida nenhuma, nenhum senso de humanidade. E subestimar esse tipo de pessoa pode ser colocar em risco a minha vida e a vida da minha família”, disse Eliziane Gama.
Depois de sete horas de debate, o relatório da senadora Eliziane Gama foi aprovado por 20 votos a favor e 11 contrários. Agora, o relatório será encaminhado para a Procuradoria-Geral da República e a AGU – Advocacia Geral da União. O Ministério Público é que vai decidir sobre os pedidos de indiciamento.
O ex-presidente Jair Bolsonaro classificou o relatório como absurdo e parcial.
As defesas do ex-ministro Anderson Torres e da deputada Carla Zambelli disseram que a CPI não apresentou provas.
O Jornal Nacional não teve retorno das defesas do ex-ministro Augusto Heleno e do ex-diretor da PRF Silvinei Vasques.
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FONTE: Lapada Lapada