Inquérito da Polícia Federal aponta que a empresa Log Lab Inteligência Digital recebeu um total de R$ 48,4 milhões da Prefeitura de Cuiabá, entre os anos de 2017 e 2021.
No mesmo período, a gestão de Emanuel Pinheiro (MDB) fez contratos de R$ 54,9 milhões com a empresa, que está no centro da Operação Iterum, deflagrada na semana passada pela PF, que acusa a empresa de desviar R$ 13,3 milhões em esquemas.
A Polícia Federal apura os crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e fraude ao caráter competitivo de licitação.Segundo as investigações, os serviços eram pagos, mas não eram prestados. As investigações constataram que os fiscais dos contratos não tinham qualquer tipo de informação acerca da prestação dos serviços.
Ano a ano
A planilha do inquérito, detalha os valores dos contratos. Em 2017, a Log Lab firmou contratos de R$ 11,8 milhões.
Em 2018, foram contratados R$ 3,8 milhões. Já em 2019, o valor saltou para R$ 19,9 milhões. Em 2020 foram R$ 12,5 milhões e, em 2021, um total de R$ 6,9 milhões.
“De acordo com os dados do portal de Transparência de Cuiabá, no período de 2017 a 2021, foi pago para a Log Lab o valor de R$ 48.475.595,32″, diz a PF, no inquérito.
“Do valor já pago aproximadamente 35% é oriundos de verba Federal, totalizando a quantia de R$ 16.965.551,06. Dentre os recursos federais a maior parte é de repasse através da Secretaria de Saúde”, conclui.
Confira fac-símile de inquérito da Polícia Federal:
A operação
A operação investigou a suspeita de irregularidade no contato da Log Lab com a Saúde de Cuiabá para fornecimento de serviços de tecnologia da informação.
Ao todo os policiais federais cumpriram nove ordens de busca e apreensão. O ex-secretário adjunto de Saúde de Cuiabá, Gilmar Souza Cardoso, e o empresário Antônio Fernando Ribeiro Pereira, da Log Lab Inteligência Digital, estão entre os alvos.
Além dos dois, a Polícia Federal também cumpriu mandados de busca e apreensão contra os servidores Rogério Leandro Alves, Dejair José Pereira Júnior e Ramon Polaco Oliveira. Eles são investigados por, supostamente, má gestão dos contratos.
A empresa Global Genesis Tecnologia e Serviços e a dona da empresa, Geanatan Andrade Mota, foram os outros alvos da PF.
“Polícia Federal”