Israel disse que suas forças terrestres entraram em Gaza durante a noite para atacar alvos do Hamas, enquanto o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que o país está “se preparando para uma invasão terrestre” que pode ser uma entre várias.
“Não entrarei em detalhes sobre quando, como ou quantas”, disse ele em uma atualização em pronunciamento na televisão para os cidadãos na noite de quarta-feira.
O enclave palestino sitiado é alvo por quase três semanas de bombardeio israelense, que foi desencadeado por uma onda de assassinatos em massa no sul de Israel pelos militantes do Hamas, apoiados pelo Irã, que comandam Gaza.
O Hamas ameaçou matar alguns dos mais de 200 reféns que levou para Gaza, dos quais, segundo Israel, mais da metade tem passaporte estrangeiro, de 25 países.
Desde então, outros grupos apoiados pelo Irã tentaram atacar Israel em outros lugares da região; líderes ocidentais temem que um alto número de mortes entre civis palestinos, que já foram mortos em grande número por ataques aéreos israelenses, possa desencadear uma guerra mais ampla.
A Casa Branca disse que a passagem segura para estrangeiros que desejam deixar Gaza, um fluxo contínuo de ajuda para a estreita faixa costeira, que é bloqueada por Israel, e um caminho para a paz permanente com o povo palestino também foram discutidos.
“O presidente reiterou que Israel tem todo o direito e a responsabilidade de defender seus cidadãos do terrorismo e de fazê-lo de maneira consistente com a lei humanitária internacional”, afirmou a Casa Branca.
Os comentários refletem um equilíbrio sobre o apoio dos EUA às ações de Israel depois que Biden foi criticado por lançar dúvidas sobre os números de vítimas palestinas.
INCURSÃO E ATAQUES AÉREOS
A rádio do Exército israelense disse que os militares realizaram durante a noite sua maior incursão no norte de Gaza na atual guerra contra o Hamas, que Israel prometeu eliminar.
Mais tarde, os militares divulgaram um vídeo no X mostrando veículos blindados atravessando a barreira altamente fortificada de Israel e explodindo prédios “em preparação para os próximos estágios de combate”.
“Tanques e infantaria atingiram várias células terroristas, infraestrutura e postos de lançamento de mísseis antitanque”, afirmaram.
Os palestinos em Gaza disseram que os ataques aéreos israelenses bombardearam o território novamente durante a noite e as pessoas que vivem na região central de Gaza, perto do campo de refugiados de Bureij e a leste do vilarejo de Qarara, relataram bombardeios intensos de tanques durante toda a noite.
O Hamas não comentou diretamente sobre o relato israelense, mas disse que seu braço armado havia atingido um helicóptero israelense a leste de Bureij. O Exército israelense disse que “não estava ciente disso”.
Israel realiza semanas de intenso bombardeio na Faixa de Gaza, densamente povoada, após o ataque do Hamas a comunidades israelenses em 7 de outubro, que, segundo o país, matou cerca de 1.400 pessoas.
O Ministério da Saúde de Gaza afirmou na quarta-feira que mais de 6.500 palestinos foram mortos nos ataques aéreos.
O diretor do hospital Nasser, na cidade de Khan Younis, no sul do país, Nahed Abu Taaema, disse que os corpos de 77 pessoas mortas em ataques aéreos foram trazidos durante a noite, a maioria mulheres e crianças, informou a estação de rádio Al-Aqsa, do Hamas.
Muitos palestinos estão se abrigando em hospitais, escolas, casas e campos de refugiados existentes em Khan Younis e nas ruas, depois que Israel os advertiu para que deixassem suas casas no norte.
Os suprimentos humanitários estão em um nível extremamente baixo, mas as potências mundiais não conseguiram chegar a um acordo nas Nações Unidas sobre como solicitar uma trégua nos combates para entregar quantidades significativas de ajuda.
O Crescente Vermelho Palestino disse que 12 caminhões atravessaram do Egito transportando alimentos, água e suprimentos médicos na quinta-feira, totalizando 74 caminhões desde sábado, o que ainda é apenas uma pequena fração das necessidades de Gaza em tempos de paz. Israel não permitiu a entrada de combustível, dizendo que o Hamas apenas o adicionaria ao seu estoque.
“Reuters”