quinta-feira, julho 3, 2025

Pais reclamam de filme com personagens nus em escola; professor exonerado em MT

 

O  Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT) emitiu uma nota de apoio ao professor Adenilson Batista de Sousa Avila que dava aulas de Sociologia na Escola Estadual Deputado João Evaristo Curvo, em Jauru, e foi exonerado por exibir o filme “A Guerra do Fogo” como material didático. O deputado estadual Lúdio Cabral (PT) promete conversar com o secretário estadual de Educação, Alan Porto, sobre a demissão do profissional.

A obra em questão possui classificação indicativa para maiores de 14 anos e foi exibida a alunos do 1º ano do ensino médio. Ele foi escolhido, conforme a categoria, por ilustrar vividamente a busca ancestral pelo domínio do fogo, um elemento primordial na evolução da humanidade.

O filme de 1982 trata de temas como a luta pela sobrevivência, a comunicação, a sacralização da natureza, princípios ecológicos e a relação com outras espécies. “Infelizmente, alguns pais levantaram alegações infundadas sobre a inapropriabilidade do filme, distorcendo os fatos e alegando que se tratava de um filme “pornográfico” ou que abordava questões de gênero. Mais alarmante ainda é o fato de que a liberdade de cátedra tenha sido atacada de maneira vil e arbitrária, sem permitir ao profissional de ensino a oportunidade de esclarecer sua opção pedagógica perante a comunidade escolar”, critica o Sintep. 

Além disso, o sindicato ressaltou que não existe proibição no currículo escolar para a utilização de filmes como ferramenta para suscitar debates sobre a relação do ser humano com o meio ambiente, avanços tecnológicos e as complexidades relacionadas ao progresso da humanidade. “A exceção são aqueles que negam a ciência, a produção cinematográfica crítica e artística, bem como aqueles que acreditam que a Terra é plana e providos de debate contra a ciência e produção cientifica, a exemplo das produções de Olavo de Carvalho considerando um fanfarrão pelo escracho e negação a ciência”, disparou a categoria.

A nota também lembrou que outros professores foram atacados por abordar questões de gênero e diversidade nas escolas. “A decisão da SEDUC-MT e do Secretário Engenheiro Alan Porto, além de afetar a imagem profissional do professor, associou-o injustamente à figura de um educador imprudente que exibiria conteúdos pornográficos a jovens, cuja classificação etária é de 14 anos, negando a ciência e alinhando-se àqueles que acreditam que a Terra é plana. A instituição de ensino do Estado tem o papel de promover o pensamento crítico e não pode permitir a perpetuação de ideias obscurantistas”, salientou o sindicato.

O deputado Ludio Cabral (PT) disse durante entrevista ao programa Agora na Capital, na terça-feira (31), que iria conversar com o secretário Alan Porto, que comanda a Secretaria Estadual de Educação (Seduc-MT), sobre a decisão. 

FONTE: Folha Max

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