Os assassinos responsáveis pela chacina que deixou quatro homens mortos a facadas, na madrugada desta quarta-feira (15), às margens do Rio de Sangue, em Campo Novo do Parecis (400 km de Cuiabá) decidiram poupar a vida de duas vítimas por elas disseram que eram evangélicas. A Polícia Civil trabalha com a hipótese de que os assassinatos brutais, praticados num alojamento onde ficavam vários trabalhadores, estejam relacionados com dívdias de drogas. As informações foram divulgadas pelo delegado Alexandre Morais Franco, da Polícia Civil, em entrevista ao programa Cadeia Neles, da TV Vila Real.
Os mortos foram identificados como Rafael Santos Lessa, de 31 anos, João Paulo Campos Serra, de 33 anos e Franklyn Eduardo Albuquerque Oliveira, de 21 anos. A quarta vítima ainda não foi localizada e nem identificada. Além dos dois homens que foram poupados, outra vítima sobreviveu após se fingir de morta e depois acionar a Polícia e comnicar sobre a chacina.
De acordo com as informações apuradas pela Polícia Civil, cerca de oito criminosos encapuzados e em posse facas e canivetes invadiram uma residência onde os sete trabalhadores estavam alojados e mataram dois deles ainda no local. Na sequência, os bandidos amarraram e venderam os cinco homens restantes e os colocaram no porta-malas de uma caminhonete de cor vermelha e de um veículo Chevrolet Onix de cor preta. Em seguida, saíram pela rodovia estadual MT-235 que liga Campo Novo do Parecis ao município de São José do Rio Claro até chegar no Rio de Sangue.
Às margens do rio, os algozes cortaram a garganta de mais três homens e jogaram seus corpos no curso rio. Contudo, um deles se fingiu de morto e conseguiu pedir ajuda das autoridades, sendo socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
Após a comunicação dos fatos, as equipes policiais foram até o Rio do Sangue, onde localizaram o corpo de uma das vítimas submerso. Em continuidade as diligências, foram encontrados outros dois corpos. Equipes do Corpo de Bombeiros ainda realizam buscas para localizar a quarta vítima.
Já outros dois homens foram levados pelos bandidos e posteriormente abandonados nas proximidades de uma área de canavial, na saída do município para Brasnorte. À Polícia Civil, eles relataram que só não foram mortos que afirmaram que eram evangélicos. “A questão que eles nos contam é porque eles são crentes e segundo informações a organização criminosa não faz execução de pessoas que estão na igreja, segundo informação das vítimas”, disse o delegado Alexandre Morais, nesta quinta-feira (16).
Ainda conforme o delegado, a hipótese em investigação sugere que as execuções podem ter sido motivadas por dívidas de drogas. Segundo o policial, os criminosos estavam à procura de uma outra pessoa, mas como não o encontraram, decidiram matar os trabalhadores. “Tudo se originou com base numa dívida de drogas e que [os criminosos] estariam buscando uma pessoa que não estava na residência. Como essa pessoa não estava lá, acharam que os trabalhadores estavam escondendo o devedor e como forma de retaliação aconteceu esse crime brutal em Campo Novo do Parecis”, explicou.
PRISÕES
Forças policiais de Campo Novo do Parecis e de Tangará da Serra foram mobilizadas para caçar os envolvidos na barbárie. Poucas horas depois, três homens foram detidos, sendo dois adolescentes de 17 anos, que foram apreendidos, e um maior de idade, cujo nome não foi divulgado. Ele estava na posse de um dos veículos e da faca utilizada nos homicídios.
Já na manhã desta quinta-feira (16) outros dois envolvidos na chacina se apresentaram na delegacia de Campo Novo do Parecis, totalizando cinco presos. Um sexto envolvido já foi identificado e continua sendo procurado. Também são realizadas diligências para identificar os mandantes da chacina.
FONTE: Folha Max








