quinta-feira, novembro 7, 2024

Idoso desaparece de hospital no Recife após sofrer AVC e é achado a quase 8 quilômetros de distância


Segundo a esposa, Cícero Marques da Silva, de 67 anos, foi achado em Olinda por um amigo da família. Caso chegou a ser investigado pela polícia. Hospital da Restauração, no Recife
Everaldo Silva/TV Globo
Um idoso de 67 anos desapareceu do Hospital da Restauração (HR), no Recife, após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) hemorrágico. De acordo com a família, Cícero Marques da Silva, que ficou desorientado por causa da doença, foi encontrado um dia depois do desaparecimento, em frente a um supermercado na PE-15, em Olinda, a quase oito quilômetros da unidade hospitalar.
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O caso chegou a ser investigado pela Polícia Civil como desaparecimento. Em entrevista ao g1, a esposa do paciente, Edjane Ferreira da Costa, contou que Cícero foi achado por um amigo da família.
Ele estava sem a pulseira que o identificava no hospital e usava roupas próprias, sem bata, segundo os parentes.
“Ele estava caído […], em cima de um papelão. Eles [as pessoas que encontraram] o trouxeram para casa todo sujo, com fome”, disse a mulher.
Segundo Edjane, o aposentado passou mal na quinta-feira (4) e foi levado, primeiro, para a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) de Rio Doce, em Olinda. Na sexta-feira (5), foi transferido para o HR. Após uma piora no quadro de saúde, o paciente foi internado na Sala Vermelha.
“No sábado (6), fui fazer a visita. Quando foi ontem [domingo, 7], eu retornei para a segunda visita, e ele já não estava mais. Aí eu perguntei para onde ele tinha ido, porque pensei que ele estivesse no banheiro, alguma coisa assim. Inclusive, me falaram [brincando] ‘ele foi para o shopping’. Fiquei bem irritada, porque a visita dura somente dez minutos”, relatou Edjane.
A dona de casa disse que, como nenhum funcionário sabia informar onde o paciente estava, andou por todo o hospital atrás do marido, sem sucesso.
“Entrei lá umas 15h30. Deu 16h, deu 17h, não acharam. […] A assistente social disse que não tinha o que fazer mais, que eu procurasse fazer um BO (boletim de ocorrência). Fui à delegacia e fiz o BO”, disse a mulher.
Edjane contou que recebeu um telefonema e que, no início, pensou que fosse trote. Mas, depois que registrou a queixa, decidiu ligar para o número, que pertencia a um homem em situação de rua que vivia numa praça no bairro da Madalena, na Zona Oeste do Recife.
“O moço me deu o endereço. Cheguei nessa praça. Ele não estava. Ele disse: ‘Esse homem estava aqui hoje de manhã, às 10h’. […] Meu marido está atordoado, mas acho que teve algum ‘flash’, pediu para o moço e me ligou. Só que pensei que era trote. Então, não dei atenção. […] Ficou lá até 12h30 mais ou menos, com fome, com sede. Deram comida e água e ele saiu andando”, afirmou Edjane.
Acompanhantes de pacientes improvisam ‘camas’ em frente ao Hospital da Restauração
Edjane contou, ainda, que quando o marido chegou em casa, levado por um amigo da família, ela estava no Hospital da Restauração para pegar os documentos dele.
“Meu filho estava em casa com, minha irmã, e falaram que ele balbuciou algumas palavras que deu para eles entenderem. Disse que estava com fome, com sede, que estava cansado e perguntou por mim. Quando cheguei, ele estava dormindo”, falou a dona de casa, que pretende levar Cícero para outra unidade de saúde para tratar o AVC.
O g1 questionou o HR sobre o desaparecimento, mas, até a última atualização desta reportagem, não obteve resposta.
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FONTE: Lapada Lapada

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