Por Andrea DiP, Clarissa Levy, Ricardo Terto
Uma nova plataforma divulgada pelo Instituto Fogo Cruzado revelou que as chacinas policiais no Rio de Janeiro não são algo que ficou no passado, como as conhecidas chacinas da Candelária, Vigário Geral e Acari. Pelo contrário, elas são parte da política cotidiana de Estado.
Segundo dados levantados, de sete anos para cá, as chacinas ocorridas na região metropolitana da capital do Rio foram responsáveis pela morte de 1.137 civis. Em média, ocorreram três chacinas ao mês. Apesar das estatísticas assustadoras evidenciarem uma guerra diária permanentemente, por outro lado, há a percepção de que o estado brutal de violência não impacta mais a população.
Na avaliação de Maria Isabel Couto, uma das diretoras do Fogo Cruzado e doutora em sociologia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), o que leva a uma insensibilidade diante dos casos é a forma como a violência foi naturalizada pelo Estado. Por ser um problema tão recorrente, as pessoas passam a acreditar que a política de extermínio utilizada pelas forças policiais é algo natural.
No podcast “Pauta Pública”, a pesquisadora, questiona a falta de dados produzidos pelo poder público e acusa que o Estado teme produzir evidências contra si mesmo. Para contornar a situação, ela orienta a articulação de entidades da sociedade civil com a gestão pública.
Confira os principais pontos da entrevista e ouça o podcast na íntegra abaixo:
Agência Pública