O Supremo Tribunal Federal (STF) deve encerrar nesta sexta-feira (23) o julgamento da publicitária Simone Aparecida Tosato Dias, de Cuiabá. Ela é uma das terroristas que estiveram na Praça dos Três Poderes em Brasília (DF), no dia 8 de janeiro de 2023, à mando de Jair Bolsonaro (PL), que tentava “virar a mesa” das eleições do ano anterior, vencidas pelo presidente Lula (PT).
O relator do caso, o ministro Alexandre de Moraes, já proferiu seu voto, condenando Tosato à 14 anos de prisão em regime fechado, além do pagamento solidário – ou seja, em conjunto a outros condenados no processo -, de R$ 30 milhões pela destruição do patrimônio público.
A consulta ao julgamento no portal do STF informa que a Corte Suprema deve mesmo condenar a terrorista, tendo em vista que o relator foi seguido na íntegra pelos ministros Dias Toffoli e Cármen Lúcia. Já Cristiano Zanin e Edson Fachin, por sua vez, concordaram com Moraes em partes, condenando a ré a 11 anos.
No voto, Alexandre de Moraes revelou que Simone Aparecida Tosato Dias foi presa dentro do Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro de 2023. Com o “estouro da boiada”, como também são conhecidos os fãs de Jair Bolsonaro, a terrorista foi uma das que invadiram e destruíram parte do gabinete oficial da Presidência da República.
“A ré invadiu área restrita do Congresso Nacional e foi presa dentro do Palácio do Planalto. A entrada do Palácio do Planalto não estava aberta, mas arrombada, com vidraças estilhaçadas”, diz trecho do voto de Moraes.
No caminho entre a rodoviária de Brasília e a Praça dos Três Poderes, a ré ainda teve tempo de “cumprimentar policiais”.
“Caminhando em direção à praça, em frente à igreja cumprimentou policiais e continuou seguindo a pé, permanecendo na Esplanada por um bom tempo. Por grupos de Whatsapp, a ré recebeu vídeo, às 13h do dia 8/1/2023, afirmando que não haveria confronto com os militares, demonstrando a premeditação dos atos. Esses grupos monitoravam as posições das forças de segurança, em especial, a da Polícia Militar do Distrito Federal”, diz outro trecho do voto de Moraes.
Os autos revelam, ainda, que além de cumprimentar policiais militares coniventes aos atos terroristas e destruir o patrimônio público histórico em Brasília, a publicitária também teria “orado pelo Brasil” junto a outros terroristas.
FONTE: Folha Max