Midia News
O Sindicato dos Profissionais de Enfermagem (Sinpen) decidiu deflagrar greve a partir da próxima quarta-feira (10) após realizar uma assembleia-geral na frente do antigo Pronto-Socorro de Cuiabá na manhã desta sexta-feira (5). A decisão veio após a Prefeitura da Capital não ter feito o pagamento do adicional de insalubridade da categoria no mês de março. Na mesma data, uma assembleia do Sindicato dos Odontologistas do Estado de Mato Grosso (Sinodonto-MT) está prevista e a categoria também pode paralisar os trabalhos.
O prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) culpou o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado pela interventora do governo do Estado, Daniella Carmona, por suspender o contrato com a empresa que realizava esse recálculo todo o ano. Porém, os profissionais da Saúde afirmam que há mais de dois anos reivindicam melhorias, ou seja, antes do período interventivo.
“A categoria tenta dialogar com a gestão, até demais, a respeito ao plano de cargos e carreiras e vencimentos (PCCV). Já negociou com uns quatro secretários que passaram pela gestão, com comissões internas, montamos o projeto, desfaz, faz impacto, vem impacto, faz lei, tinha a questão do aumento salarial, mas a gota d’água foi o não pagamento da insalubridade que foi arrancado”, explicou ao FOLHAMAX, Dejamir Soares, diretor tesoureiro do sindicato nesta sexta-feira (5).
O documento foi firmado entre o Gabinete de Intervenção e o Ministério Público de Mato Grosso (MP-MT), juntamente com o Tribunal de Contas do Estado (TCE), e previa a readequação do pagamento do adicional. Mas ao invés de adequar o valor referente a cada servidor, a Prefeitura de Cuiabá decidiu cortar o benefício de todos os funcionários.
Na quinta-feira (4) o presidente da Assembleia Legislativa (ALMT), deputado Eduardo Botelho (UB), e pré-candidato a prefeito nas eleições deste ano, recebeu a categoria e após conversar com o presidente do TCE, Sérgio Ricardo, e o procurador-geral de Justiça, Deosdete Cruz Junior, garantiu que ambos iriam assinar a prorrogação, algo feito em seguida.
Por fim, após toda a polêmica que o assunto gerou, o TAC foi homologado pelo desembargador Luiz Ferreira da Silva, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), e a Prefeitura de Cuiabá garantiu que o pagamento seria efetuado ainda nesta sexta-feira, algo que, conforme o setor, não ocorreu nesta manhã.
“O TCE e o TJ sabem o potencial que a greve da enfermagem tem, ela é muito ruim, causa dor, que mata e que deixa sequelas porque quem está lado a lado no leito com o paciente somos nós. Não gostamos de fazer greve. Mas dois anos e meio discutindo com a gestão que se diz humanizada e que não resolve o nosso problema, não dá mais”, desabafou o diretor.
FONTE: Folha Max