terça-feira, agosto 26, 2025

O Tik Toc e a nova guerra fria | RDNEWS

Rodinei Crescêncio

Nos últimos anos, as tensões entre os Estados Unidos e a China têm aumentado, com questões comerciais, tecnológicas e militares no centro do debate. Uma das principais medidas tomadas pelos EUA foi a proibição do TikTok, uma rede social controlada pela empresa chinesa ByteDance, além da proibição da atuação de outras empresas chinesas focadas em tecnologia no país norte americano. O presidente Joe Biden sancionou uma lei que exige que o TikTok tenha um novo dono nos Estados Unidos até meados de janeiro de 2025. Caso contrário, a plataforma será retirada do mercado americano.

Os EUA alegam que o TikTok e outras tecnologias chinesas, como drones e carros, coletam dados confidenciais de americanos, representando um risco à segurança nacional. A China nega essas acusações, mas a proibição pode afetar milhões de empresas e usuários, criando tensões entre os dois países, que podem atingir todo o mundo.

A proibição do TikTok pode afetar empresas brasileiras que usam a plataforma para marketing e vendas. Além disso, a decisão dos EUA pode influenciar outros países a adotarem medidas semelhantes

Além disso, os EUA estão fortalecendo sua presença militar na região do Indo-Pacífico, criando um “cordão militar” em torno da China. Isso inclui alianças com países como Japão, Coreia do Sul, Austrália e Filipinas. A China vê essa movimentação como uma ameaça à sua soberania e responde com modernização militar e expansão de sua presença naval na região. Fatos que podem indicar o início de uma nova Guerra Fria.

Desta forma, as implicações para os países ocidentais, como o Brasil, são significativas. A proibição do TikTok pode afetar empresas brasileiras que usam a plataforma para marketing e vendas. Além disso, a decisão dos EUA pode influenciar outros países a adotarem medidas semelhantes. O Brasil, como uma economia emergente, precisa equilibrar suas relações com os EUA e a China, considerando interesses comerciais, investimentos e segurança.

Quanto à possibilidade de uma nova Guerra Fria, embora Biden tenha afirmado que os EUA não buscam isso, muitos especialistas veem paralelos com o passado. A competição tecnológica, militar e ideológica entre as superpotências está aumentando.

A diferença crucial é que agora a China é uma potência econômica global, interconectada com os EUA. Essa rivalidade pode moldar o cenário geopolítico nas próximas décadas, com implicações para todo o mundo. O futuro dessas duas nações dependerá de como equilibrarão suas ambições e interesses em um mundo cada vez mais complexo.

Escrito com Sara Nadur Ribeiro

Maurício Munhoz Ferraz é sociólogo e professor. Atua atualmente como assessor do conselheiro Sérgio Ricardo na presidência do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Foi superintendente federal de Agricultura e Pecuária no Estado de Mato Grosso, ocupou o cargo de secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação de Mato Grosso em 2022. Trabalhou também como consultor, diretor de pesquisas da Fecomércio-MT e professor de economia da Unemat. Tem mestrado em sociologia, é vice-presidente da Câmara de Comércio Brasil-Rússia,  membro do projeto governança metropolitana do Instituto de Pesquisa Economia Aplicada do Governo Federal (IPEA), vencedor do Prêmio Celso Furtado de economia e escreve nesta coluna com exclusividade aos sábados. E-mail: mauriciomunhozferraz@yahoo.com.br

FONTE: RDNEWS

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