Além das imagens estáticas, a criação de vídeos imersivos e 360º é uma prática comum na arquitetura, oferecendo aos clientes, uma experiência mais envolvente e realista. Com o projeto 3D, é possível criar inúmeras opções de layout, mudar cores, materiais, acabamentos e a disposição de elementos
William Antunes/Arquivo pessoal
Entender os projetos arquitetônicos e de interiores, não é algo simples para muitos clientes.
Mesmo com explicações dos arquitetos e referências visuais, como fotos de obras similares, as pessoas ainda encontram dificuldades em imaginar o resultado final de seus empreendimentos.
Com o objetivo de trazer facilidade para encomendas arquitetônicas, a modelagem 3D têm se destacado cada vez mais. Essas representações tornaram-se importantes para a concepção de qualquer construção, complementando as tradicionais representações físicas, como desenhos e plantas.
O projeto 3D, também conhecido como Archviz (architectural visualization), é como uma maquete física do empreendimento, porém totalmente digital, feita no computador.
Buscando entender as vantagens da modelagem 3D para um cliente que opta por esse serviço, o g1 conversou com o William Antunes, de Sorocaba (SP), que é arquiteto e trabalha com o desenvolvimento dessas cenas que dão vida a visões arquitetônicas.
“Essa prática envolve a criação de uma representação tridimensional e realista de um edifício, casa, espaço urbano ou qualquer ambiente arquitetônico. Esses modelos digitais permitem uma visualização detalhada do projeto, oferecendo uma perspectiva mais clara e imersiva do que seria possível com desenhos bidimensionais”, diz ele.
Colaboração entre profissionais
O processo começa com um briefing do contratante, podendo ele ser um arquiteto ou uma construtora.
Nessa etapa, é necessário compreender o projeto, seus pontos fortes e a finalidade das imagens, seja para vendas de lançamentos imobiliários, apresentações para aprovação com o cliente final, entre outros.
Após essa fase inicial, são recebidos os arquivos dos projetos arquitetônicos, que serão utilizados para a modelagem 3D.
Projeto 3D desenvolvido para um empreendimento da região
William Antunes/Arquivo pessoal
Embora não seja estritamente necessário ter formação específica, para se destacar no campo da visualização imobiliária, uma graduação em arquitetura é extremamente valiosa, já que a compreensão profunda dos princípios arquitetônicos pode enriquecer significativamente o trabalho em Archviz.
Ao contar com um modelo 3D, existem várias vantagens que tornam o processo de aprovação do projeto arquitetônico mais eficiente e satisfatório para o cliente final, que pode olhar para a foto e se imaginar naquele local.
“Eles podem visualizar antes da construção, entender melhor o design e identificar problemas antecipadamente. Além disso, podem personalizar o projeto, economizar tempo e dinheiro e utilizar as imagens realistas para fins de marketing, como em outdoor, banners, redes sociais”, explica William.
William Antunes trabalha com o desenvolvimento da modelagem 3D para projetos nacionais e internacionais de arquitetura
William Antunes/Arquivo pessoal
Para a arquiteta Vanessa Camargo, todos os projetos de arquitetura e de interiores devem ser apresentados com a versão 3D, pois dessa maneira, o cliente pode visualizar com maior facilidade o resultado do trabalho.
“Os nossos clientes obtém uma noção muito melhor do projeto arquitetônico que estão encomendando, e nós conseguimos entender se estamos seguindo no caminho correto. Além de alinharmos se nossa ideia está condizente com as expectativas deles e com o trabalho a ser desenvolvido”, ela explica.
Através da cena 3D, é possível visualizar a obra final, além das texturas, cores, pilares, esquadrias, cobertura, mobiliário e até paisagismo
William Antunes/Arquivo pessoal
Expansão tecnológica
De acordo com William, o mercado de visualização arquitetônica é amplo, especialmente no segmento de lançamentos imobiliários, onde as imagens e vídeos imersivos são essenciais para impulsionar as vendas dos empreendimentos.
Com o avanço da inteligência artificial, que está cada vez mais próxima de revolucionar a forma como os profissionais trabalham no ramo das cenas 3D, essa demanda está em constante evolução. Mas existem alguns pontos a serem ressaltados:
“O modelo 3D não substitui o projeto arquitetônico na execução da obra. Em vez disso, atua como um complemento, auxiliando na compreensão do projeto para os profissionais envolvidos na construção”, finaliza William.
O 3D é uma ferramenta versátil que o arquiteto pode utilizar para realizar diversos estudos, como análises de insolação e experimentação com texturas e revestimentos, entre outras finalidades visuais, assegurando que o resultado da obra tenha maior compatibilidade com o que foi idealizado.
A modelagem 3D é essencial para complementar e agregar valor ao trabalho do arquiteto
William Antunes/Arquivo pessoal
* Colaborou sob a supervisão de Beatriz Pires
FONTE: Lapada Lapada