Suspeito “passeava” com tornozeleira e servidor retirou objetos, diz PJC – vídeo | RDNEWS

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O servidor da Limpurb de Cuiabá, Jeferson da Silva Sancoviche, e Paulo Vinicius Gabriel de Araújo foram presos na manhã desta terça-feira (14) pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO). Eles são apontados como supostos ‘testas de ferro’ de Paulo Witer Faria Paelo, o W.T., que é suspeito de ser um dos líderes do Comando Vermelho em Mato Grosso e investigado por supostamente lavar dinheiro do tráfico para a facção.

Em nota, a Limpurb informou que vai exonerar Jeferson.”Quanto ao mandado judicial de prisão emitido pela Polícia Civil contra um servidor público municipal, a Empresa Cuiabana de Zeladoria e Serviços Urbanos (LIMPURB) esclarece que procederá com a exoneração imediata do colaborador em questão. O servidor foi aprovado em um processo seletivo e tomou posse do cargo há quatro anos” – veja ao final

W.T. foi preso em 29 de março, em Maceió (AL), alvo da Operação Apito Final. Segundo a Polícia Civil, o suspeito deveria estar em casa, em Cuiabá, usando tornozeleira eletrônica, já que estava em prisão domiciliar. O objeto, no entanto, teria ficado ligado no imóvel para dar a falsa impressão de que ele continuava na Capital.

Vídeo, ao qual o teve acesso, mostra Jeferson indo até o apartamento de W.T., horas após a prisão do investigado, e saindo do local com um saco de lixo preto. Conforme a polícia, a sacola continha vários objetos, entre eles a tornozeleira eletrônica, desativada.

Além disso, a investigação também aponta que Paulo Vinícius teria ficado incumbido, em diversas ocasiões, de movimentar a tornozeleira de W.T., como se ele estivesse em Cuiabá. Para isso, esse investigado iria ao apartamento, supostamente retirava o equipamento e o levava até o bairro Jardim Florianópolis nas ocasiões em que Witer estava em viagens ao litoral de Santa Catarina e Rio de Janeiro.

No dia 14 de março, a Polícia Civil apurou que a tornozeleira emitiu a localização em um colégio de alto padrão na Capital, onde o investigado foi levar a filha de Witer, que estuda no local. Porém, nesta mesma data, Paulo Witer estava em Santa Catarina.

Antes da data em que foi preso em Maceió, a tornozeleira emitiu sinal de que W.T. saiu de apartamento e foi para um shopping da Capital, contudo, o equipamento estaria com seu comparsa.

Além da movimentação criminosa do equipamento, foi constatado ainda que Paulo Vinícius fez diversas movimentações bancárias por seus “serviços prestados”, em quantias superiores a R$ 19 mil.

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Mandados de prisão

Contra Jeferson, a Polícia Civil cumpriu um mandado de prisão e outro de busca e apreensão nesta terça-feira. Paulo Vinícius e uma mulher também foram alvos de mandado de prisão.

A investigação aponta que Jeferson e mulher, moradora do Jardim Florianópolis, constavam como proprietários de um apartamento em um edifício de alto padrão na Capital, contudo, quem passou a residir no imóvel foi Witer, logo após sair da Penitenciária Central do Estado, em dezembro do ano passado, quando teve a progressão para o regime semiaberto autorizada pela Justiça.

A GCCO apurou ainda que o servidor público não teria condições financeiras de adquirir um imóvel como o que constava em seu nome. Ele é contratado da empresa pública de limpeza urbana da capital e tem um salário bruto mensal de R$ 3.643,12.

“Ou seja, todas as informações levantadas reforçam mais uma manobra do principal alvo da operação Apito Final em ocultar seu patrimônio criminoso”, comentou o delegado Rafael Scatolon.

Durante o cumprimento dos mandados, a equipe policial apreendeu na residência de um dos investigados um veículo Toyota Corolla que teve mandado de sequestro determinado na primeira fase da operação Apito Final.

Operação Apito Final

Em uma investigação, que durou quase 2 anos, a GCCO apurou centenas de informações e análises financeiras que, segundo a polícia, possibilitaram comprovar o esquema liderado por Paulo Witer para lavar o dinheiro obtido com o tráfico de drogas. Para isso, ele teria usado comparsas e familiares como testas de ferro na aquisição de bens móveis e imóveis para movimentar o capital ilícito e dar aparência legal às ações criminosas.

A operação foi deflagrada em 2 de abril, com a finalidade de descapitalizar a organização criminosa e cumprir 54 ordens judiciais, que resultaram na prisão de 20 alvos, entre eles o líder do grupo, identificado como tesoureiro da facção, além de responsável pelo tráfico de entorpecentes na região do Jardim Florianópolis. No bairro, Witer teria montado uma base para difundir e promover a facção criminosa agindo também com assistencialismo por meio da doação de cestas básicas e eventos esportivos.

A investigação da GCCO apurou que o esquema movimentou R$ 65 milhões na aquisição de imóveis e veículos. As transações incluíram ainda criação de times de futebol amador e a construção de um espaço esportivo, estratégias utilizadas pelo grupo para a lavagem de capitais e dissimulação do capital ilícito.

Nota da prefeitura

Quanto ao mandado judicial de prisão emitido pela Polícia Civil contra um servidor público municipal, a Empresa Cuiabana de Zeladoria e Serviços Urbanos (LIMPURB) esclarece que procederá com a exoneração imediata do colaborador em questão. O servidor foi aprovado em um processo seletivo e tomou posse do cargo há quatro anos.

Durante o processo de contratação, apresentou toda a documentação e certidões que comprovaram a ausência de registros criminais. Além disso, ao longo do período em que exerceu suas funções no cargo público, nunca apresentou condutas consideradas criminosas. O funcionário estava atualmente cedido para a Secretaria Municipal de Obras.

Por fim, ressaltamos a importância da transparência e do comprometimento em manter a integridade em todas as ações.

FONTE: RDNEWS

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