A desembargadora Maria Helena Gargaglione Póvoas, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), caiu em um golpe de WhatsApp e perdeu R$ 45 mil. O valor foi repassado aos criminosos em quatro transferências. Segundo a polícia, três pessoas foram presas pela Delegacia Especializada de Roubos e Furto de Várzea Grande (Derf-VG) por participação no crime.
Segundo o boletim de ocorrência registrado pelo assessor da desembargadora, os golpes aconteceram no dia 6 de maio. Pela manhã, a magistrada recebeu uma mensagem por WhatsApp, onde o golpista se passava pelo filho dela e pedia uma transferência de R$ 12 mil para a compra de um carro.
Rodinei Crescêncio/RDNews
O homem informou uma chave Pix de um e-mail, que seria do gerente da concessionária. Acreditando se tratar de seu filho, a desembargadora realizou a transferência, mas o golpe não parou por aí. Logo depois, o golpista entrou em contato novamente com a magistrada pediu outra transferência, dessa vez de R$ 9 mil.
Já no período da tarde, o mesmo contato voltou a mandar mensagem para a desembargadora, pedindo mais uma transferência, dessa vez de R$ 2 mil, que foi realizada pela magistrada. Apenas no dia 6, ela perdeu R$ 23 mil.
No dia 7 de maio, após os primeiros golpes, o mesmo número entrou em contato novamente com a desembargadora, mandando um print de uma suposta Transferência Eletrônica Disponível (TED) no valor de R$ 45 mil em que ele teria feito para a conta da desembargadora.
O homem teria dito: “Mãe, enviei esses quarenta e cinco mil reais para pagar os vinte e três mil de ontem, e você me manda os vinte e dois mil reais que sobrarem”, solicitando R$ 22 mil ‘de volta’. A chave Pix enviada dessa vez, foi a de uma mulher. Acreditando que estava falando com seu filho, a magistrada realizou a transferência.
No mesmo dia 7, o filho da desembargadora ligou para ela e ela respondeu: “”Meu filho, chega de ficar pedindo dinheiro, não vou mais mandar”. Em seguida, ele respondeu: “Uai, mãe, eu não te pedi dinheiro!”. Foi nesse momento que ela percebeu que havia caído no golpe.
Prisões
Segundo a Polícia Civil, no mesmo dia, três pessoas foram presas apontadas por serem responsáveis pelas contas bancárias que receberam os valores dos golpes, sendo dois homens e uma mulher.
Segundo a delegada titular da Derf-VG, Elaine Fernandes de Souza, os presos integram uma associação criminosa constituída por no mínimo oito integrantes e que, desde a última semana, vinham fazendo diversas vítimas. Uma delas procurou a delegacia para relatar que teve o WhatsApp clonado, ocasião em que amigos seus fizeram transferências aos criminosos nos valores de até R$ 20 mil.
“Apesar de os conduzidos alegarem que simplesmente venderam suas contas bancárias, ficou claro que eles integram a associação criminosa, a qual se dedica a prática de estelionatos e lavagem de dinheiro, sendo a conduta dos autuados imprescindível para que o grupo criminoso consiga o lucro do crime”, disse a delegada.
FONTE: RDNEWS