Novas vítimas da advogada Divaneide dos Santos Berto de Brito e do técnico em contabilidade, Antonio Carlos dos Reis, acionaram a Delegacia de Estelionato em Cuiabá. A dupla foi presa na última quarta-feira (22) após tentar vender um apartamento que sequer existia utilizando documentos falsos. Eles foram colocados em liberdade após audiência de custódia no Fórum da Capital. Os prejudicados pedem justiça, pois teriam vítimas devendo até agiotas, conforme relatos.
Não foi estabelecida fiança, e a dupla, indiciada por estelionato e falsificação de documentos, também não cumprirá nenhuma medida cautelar – como uso de tornozeleira, por exemplo, algo que revoltou as vítimas, que pedem para que o crime não fique “impune”.
A advogada já acumula cerca de 30 boletins de ocorrência com acusações semelhantes. O crime foi descoberto após Divaneide tentar vender o suposto imóvel para um casal alegando que teria sido arrematado por cerca de R$ 500 mil num leilão na Justiça do Trabalho.
As vítimas desconfiaram da conduta da jurista e do técnico de contabilidade e acionaram a Polícia Civil. “Na delegacia de estelionato, o Antônio negou e disse que o dinheiro iria todo para a Divandeide, ou seja ele sabe de tudo e é um laranja dela. Na audiência de custódia foram soltos sem nem pagar fiança enquanto meu ela tem quase R$ 30 mil. Eu peço que ela use apenas tornozeleira eletrônica porque ela usou documento público, não vamos aceitar eles ficarem impunes”, cobrou a vítima durante entrevista Programa do POP, da TV Cidade Verde, exibido nesta sexta-feira (24).
Após a prisão dos estelionatários vir à tona, outras vítimas também procuraram a delegacia para registrar boletins de ocorrências, como uma ex-servidora municipal de uma prefeitura. O irmão dela contou que ela e o marido estão devendo dinheiro a um agiota após pegar esprestado para pagar a advogada que iria atuar em uma causa trabalhista para a mulher.
“Ela falou que minha irmã tinha um valor grande para receber da prefeitura onde ela trabalhou, minha irmã hoje é dona de casa e o único provedor é o marido. Essa advogada pressionou tanto a minha irmã que ela e o marido fizeram um empréstimo com um agiota e até hoje eles não aprumaram porque todo mês tem que pagar juros pro agiota”, narrou o homem.
Uma terceira vítima que busca seus direitos é uma mulher para quem a Divaneide supostamente defendia em uma causa trabalhista, mas o marida da vítima acredita que a jurista embolsou o dinheiro, o valor da causa é de quase R$ 40 mil.
“Minha esposa também foi vítima dessa advogada, ela tava recebendo uma cauisa trabalhista e eu desconfio que ela pegou o dinheiro todo para ela e tá díficil nós recebermos dessa mulher”, desabafou.
LIBERDADE SEM CAUTELARES – A defesa argumentou que “a prisão preventiva não é necessária e adequada, na medida em que ela é primária, advogada com escritório estabelecido em Cuiabá-MT e não há trânsito em julgado de nenhuma ação penal contra ela”. Os advogados também apontaram que não há risco à ordem pública nem à instrução criminal.
O juiz que conduziu a audiência de custódia, Moacir Torquato, acatou os argumentos, concedendo a liberdade provisória, e negando o pedido do Ministério Público do Estado (MPMT) pela prisão preventiva do casal.
A Delegacia Especializada de Estelionato e Outras Fraudes pede para que outras vítimas da dupla procurem a delegacia para prestar depoimento.
FONTE: Folha Max







