Com a proximidade da partida entre Cuiabá e Internacional, muitos gaúchos em Mato Grosso “mudam” de lado e vestem o manto colorado. É o caso do padre Francisco Amaral, da Arquidiocese de Cuiabá, o Inter sempre esteve presente em sua vida e não houve escolha para o time do coração. Natural de Porto Alegre (RS), o padre leva o time sempre em seu coração, mesmo com os afazeres do sacerdócio. Devido às chuvas em seu estado natal, ele espera ver um time articulado e que honre as vítimas da tragédia no Rio Grande do Sul.
“O Inter tem time pra brigar por todos os títulos, mas ainda não encaixou totalmente. A parada pela situação no Rio Grande do Sul pode ter desfocado um pouco, mas pode também ajudar: vamos honrar um povo gaúcho que está sofrendo, por eles vamos lutar, e isso tem que motivar!”, frisa o padre.
Arquivo Pessoal
Ordenado há sete anos, padre Francisco é uma figura conhecida na Arquidiocese e no Brasil. Junto ao serviço na Paróquia São João Bosco, no bairro Cidade Alta, em Cuiabá, o sacerdote é ativo nas redes sociais com o perfil no Instagram e o canal no Youtube, nos quais fala sobre as aparições de Nossa Senhora e homilias, assim como é autor de quatro livros sobre a Virgem Maria.
Com os dias atarefados, é difícil acompanhar todos os jogos, mas o clube sempre está presente em suas orações. “Não consigo assistir todos os jogos, pois os horários coincidem muito com missas ou outros compromissos. Rezo pelo Inter nas missas, inclusive, porque temos muitos profissionais sérios e existem realidades espirituais que podem influenciar no futebol”, comenta.
A oração já chegou a ser presencial. Em 2017, o padre foi até Lucas do Rio Verde (a 334 km de Cuiabá) para assistir o jogo Luverdense e Internacional pela série B do Campeonato Brasileiro. No local, junto ao então seminarista Helder Zolet, padre Francisco pode rezar pela comissão técnica e entregar à Nossa Senhora.
Arquivo Pessoal
Padre Francisco, ao centro, no dia em que rezou pela Comissão Técnica do Internacional em 2017, em Lucas do Rio Verde
Na infância, padre Francisco conta que ia ao Estádio Beira-rio toda semana, bem como ia à missa na arena, na Capela de Nossa Senhora das Vitórias. Como bom colorado, a melhor memória não podia ser outra senão uma vitória contra o Grêmio – o placar de 4×1 em 2008 é o mais marcante para o vigário.
Há quem possa estranhar as reações enérgicas durante a partida, principalmente por serem vindas de um padre. Entretanto, padre Francisco explica que não há razão para esperar um comportamento diferente devido ao tom de fraternidade do esporte.
“O jogo tem seu significado, mas também é um alívio psíquico da seriedade da vida. Certas coisas só são ofensivas pra quem esquece disso e leva tudo à sério demais. No mais, aquilo que é errado fazer, como as brigas de torcidas, é errado pra qualquer pessoa”, explica.
O jogo entre Cuiabá e Internacional acontece pela sétima rodada do Brasileirão. O jogo havia sido adiado em razão das fortes chuvas no Rio Grande do Sul, as quais impediram os treinamentos do clube. A partida ocorre neste sábado (1), na Arena Pantanal, às 18h30.
FONTE: RDNEWS