Um dos alvos da Polícia Federal na “Operação Ragnatela”, o empresário Agner Luiz Pereira de Oliveira Soares, proprietário da rede de drogarias Bom Preço, é suspeito de “rentabilizar” os lucros obtidos com os shows e tráfico de drogas por parte dos membros do Comando Vermelho em Cuiabá. Ele sofreu um mandado de busca e apreensão em sua residência no condomínio de luxo Belvedere, na região do Coxipó.
Ele é o dono de veículos luxuosos como Dodge RAM e Camaro que também foram apreendidos na manhã desta quarta-feira (5). “Em paralelo, identificou-se outro indivíduo de nome Agner Luiz Pereira de Oliveira Soares, é responsável pela rentabilidade dos lucros obtidos com os shows e venda de entorpecentes, através de empréstimo a juros abusivos, bem como no fornecimento de veículos para o grupo”, diz decisão do juiz João Francisco de Campos.
Nas redes sociais, Agner se apresenta como empresário e investidor, além de ostentar uma vida de luxo com a família. Ele também faz propaganda da rede de farmácias em seu Instagram e era conhecido ainda como “gênio da lâmpada”.
Deflagrada pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado de Mato Grosso (FICCO/MT), com o apoio do CIOPAER e do GAECO/MPMT, a operação tem o objetivo de desarticular o núcleo da maior facção criminosa do estado, o Comando Vermelho, responsável por lavagem de dinheiro em casas noturnas cuiabanas. Ao todo oito mandados de prisão preventiva foram cumpridos, sendo 36 de busca, nove sequestros de imóveis, 13 sequestros de veículos, dois servidores públicos afastados, quatro suspensões de atividades comerciais e 68 bloqueios de contas bancárias.

Agner Soares se exibia nas redes socias ostentanto dinheiro, carrões, viagens e uma vida luxuosa fruto de agiotagem.
Aproximadamente 400 policiais estão envolvidos na ação nos estados de Mato Grosso e Rio de Janeiro. As ordens judiciais foram expedidas pelo Núcleo de Inquéritos Policiais (Nipo) de Cuiabá. Os criminosos participavam da gestão de casas noturnas em Cuiabá.
Com uso dessa estrutura, o grupo passou a realizar shows de cantores nacionalmente conhecidos, custeados pela facção criminosa em conjunto com um grupo de promoters. As investigações apuraram que os acusados repassavam ordens para a não contratação de artistas supostamente da facção rival, o Primeiro Comando da Capital (PCC) sob pena de represálias deliberadas pela facção criminosa.
A organização criminosa contava com o apoio de agentes públicos responsáveis pela fiscalização e concessão de licenças para a realização dos shows, que agiam sem observância da legislação de posturas e recebendo, em contrapartida, benefícios financeiros. Durante as apurações, identificou-se também esquema para a introdução de celulares dentro de presídios; bem como, a transferência de lideranças da facção para estabelecimentos de menor rigor penitenciário, a fim de facilitar a comunicação com o grupo investigado que se encontrava em liberdade.
Dois dos principais alvos da operação acabaram sendo presos pela Polícia Federal no último sábado (1º) quando desembarcaram em um aeroporto do Rio de Janeiro fazendo uso de documentos falsos e posse de grande quantidade de dinheiro em espécie e joias. Posteriormente, foram recolhidos no sistema penitenciária fluminense e também presos por força dos mandados de prisão da presente investigação.
FONTE: Folha Max