Na decisão que autorizou a deflagração da Operação Ragnatela, o juiz João Francisco de Campos, do Núcleo de Inquéritos Policiais (Nipo) de Cuiabá, determinou que Joadir Alves Gonçalves e Wilian Aparecido da Costa Pereira fiquem presos preventivamente no Raio-8 da Penitenciária Central do Estado (PCE), na Capital, devido a posição hierárqueica que ambos ocupam na facção Comando Vermelho em Mato Grosso. A ala e destinada a criminosos de alta periculosidade e faccionados ligados ao CV.
A medida é para evitar a fuga das lideranças criminosas. “Por fim, em relação aos representados Joadir Alves Gonçalves e Wilian Aparecido da Costa Pereira, considerando a posição hierárquica destacada na facção criminosa Comando Vermelho, visando impedir que esses membros continuem exercendo liderança do interior do estabelecimento prisional – como se tem ocorrido – autorizo, desde que haja disponibilidade de vaga para tal desiderato, a alocação destes representados no Raio 8 da PCE, local com mais restrições na comunicação, o que dificulta a continuidade delitiva”, justifica o magistrado.
Durante as investigações, ficou comprovado que Wilian, vulgo ‘Gordão’ é o ‘testa de ferro’ do líder da facção, Joadir, conhecido como ‘Jogador’, pelos demais membros. O grupo é suspeito de lavar dinheiro da facção criminosa com a realização de shows e eventos, chegando a utilizar empresas para isso como a Expresso Lava Car, do próprio líder da facção.
Gordão estava lotado como assessor parlamentar externo no gabinete do vereador Paulo Henrique (MDB) na Câmara de Cuiabá desde março deste ano, mas foi exonerado nesta quarta-feira (5), após a deflagração da operação da Polícia Federal. O parlamentar também é investigado e foi alvo de busca e apreensão.
A ação investiga um esquema de lavagem de dinheiro do Comando Vermelho usando quatro casas noturnas de Cuiabá com o envolvimento de servidores públicos, promoters, vereador, blogueiras e até policiais penais facilitavam a entrega de celulares em um presídio que auxiliava a comuniação da facção.
Ao todo, oito mandados de prisão preventiva foram expedidos, além de outros 36 de busca, nove sequestros de imóveis, 13 sequestros de veículos, dois servidores públicos afastados, quatro suspensões de atividades comerciais e 68 bloqueios de contas bancárias. A organização criminosa teria movimentado um total de R$ 77 milhões.
FONTE: Folha Max